Análise de risco de invasão biológica pelo cedro-australiano (Toona ciliata M. Roem.) por meio da modelagem de nicho ecológico
Resumo
A espécie Toona ciliata M. Roem. foi introduzida no Brasil como uma alternativa para a produção de compensados na década de 1940. Nativa da Austrália, Índia, Myanmar, Malásia e Indonésia, a espécie encontrou no Brasil condições favoráveis para o seu desenvolvimento. Não houve estudo prévio avaliando o risco de invasão pela espécie exótica, justificando assim o presente trabalho. Os registros de ocorrência da espécie nos locais de origem foram obtidos na base de dados do GBIF e para análise de modelagem de nicho ecológico foi utilizado o algoritmo Bioclim. No norte da Região Sul, sul de Minas Gerais e Goiás, Rio de Janeiro, Espírito Santo e parte do Mato Grosso do Sul, e no centro do Rio Grande do Sul, a espécie apresentou de alta a extremamente alta susceptibilidade de invasão. Tais regiões estão nos domínios da Mata Atlântica e do Cerrado, biomas considerados Hotspots, ou seja, áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade. Com base nos resultados das análises, observou-se que o plantio da espécie deve ser evitado nas áreas anteriormente citadas, e que mediante manejo adequado, esta pode ser cultivada no Norte e Nordeste do país, onde o risco de invasão pela espécie se mostrou menos importante (baixa susceptibilidade).
Palavras-chave:
Downloads
Referências
Albino VCS, SÁ VA, Bufalino L, Mendes LM, Almeida NA (2010) Avaliação das propriedades físico-mecânicas de painéis compensados de Toona ciliata M. Roem. var. australis. Cerne. Lavras. 17(1):103-108.
CABI (2016) Invasive Species Compendium. CONSERVATION INTERNATIONAL (2016) Hots-pots.
Elith J, Graham CH, Anderson RP, Dudik M, Ferrier S, Guisan A. et al (2006) Novel methods improve prediction of species distributions from occurrence data. Ecography. 29:129-151.
Galetti M, Fernandez JC (1998) Palm heart harves-ting in the Brazilian Atlantic forest: changes in industry structure and the illegal trade. Journal of Applied Ecology. 35:294-301.
GBIF (2016) Global Biodiversity Information Facility. Toona ciliata.
GISP (2004) Global Invasive Species Program. Ecologia de invasões biológicas e seu manejo (Adaptado).
Hijmans RJ et al. (2012) DIVA-GIS 7.5. A geographic information system for the analysis of species distri-bution data.
IBAMA (2016) INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATU-RAIS RENOVÁVEIS. Ecossistemas – Cerrado.
Klink CA, Machado RB (2005) A conservação do Cerrado brasileiro. Megadiversidade. 1(1):147-155.
Lamprecht H (1990) Silvicultura nos trópicos: ecossistemas florestais e respectivas espécies arbóreas: possibilidades e métodos de aproveitamento sustentado. Eschborn: GTZ. 343
Mittermeier RA, Gil PR, Hoffmann M, Pilgrim J, Brooks J, Miitermeier CG, Lamourux J, Fonseca GAB (2004) Hotspots Revisited: Earth’s Biologically Richest and Most Endangered Terrestrial Ecoregions. Cemex. Washington, DC.
Mohler CL (2001) Weed Evolution and Community Structure. In: Liebman M, Mohler CL, Staver CP. (Eds.) Ecological Management of Agricultural Weeds. Cambridge: Cambridge University. 444-493.
Myers N, Mittermeier RA, Mittermeier CG, Fonseca GAB, Kent J (2000) Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature. 403:853-858.
Pinheiro AL et al. (2003) Cultura do Cedro australiano para produção de madeira serrada. Viçosa: UFV. 42.
Siqueira MF, Durigan G, De Marco JR.P, Peterson AT (2009) Something from nothing: Using landscape si-milarity and ecological niche modeling to find rare plant species. Journal for Nature Conservation. 17:25-32.
Souza JCAV, Barroso DG, Carneiro JGA, Teixeira SL, Balbinot E (2009) Propagação vegetativa de cedro australiano (Toona ciliata var. australis M. Roemer) por miniestaquia. Revista Árvore. Viçosa-MG. 33(2).
Williamson M (1996) Biological Invasions. London: Chapman e Hall.
Ziech RQS (2008) Características tecnológicas da madeira de cedro-australiano (Toona ciliata M. Roem) produzida no sul do Estado de Minas Gerais. Dissertação (Mestrado em Ciência e Tecnologia da Madeira). Lavras: UFLA. 91.
Como Citar
Licença
Esta licença permite que outros distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho, mesmo para fins comerciais, desde que lhe atribuam o devido crédito pela criação original.
