Uma Visão Diagnóstica da Fitoterapia na Pastoral da Saúde
Resumo
A fitoterapia se mistura com a história da própria humanidade, sendo que a primeira referência escrita data de 2.800 aC. Apesar dos preconceitos de muitos pesquisadores, o uso de plantas medicinais passou a ser reconhecido pela Organização Mundial da Saúde –(OMS), ao constatar que cerca de 80% da população mundial usa fitoterápicos no tratamento básico de suas doenças. Este trabalho pretendeu fazer uma revisão bibliográfica sobre o uso dos fitoterápicos; delinear o perfil de objetivos e atendimentos de três unidades da Pastoral da Saúde; levantar as espécies vegetais utilizadas por elas; descrever as formas de apresentação dos remédios preparados e evidenciar a importância da inserção do farmacêutico na Pastoral da Saúde. Os dados apresentados foram obtidos em pesquisa de campo, através de formulários de entrevistas e levantamentos de campo. A linguagem utilizada na descrição dos resultados preserva o entendimento de seus integrantes. A Pastoral obtém as plantas medicinais a partir de hortas conhecidas, de pessoas de referências confiáveis ou compram-se plantas quando necessário. As plantas recebidas são desidratadas em estufa e armazenadas em potes de vidros. Da maneira como a Pastoral da Saúde entende, as formas de apresentação dos remédios dispensados incluem: chás, macerados, tinturas, pomadas, óleos, melitos, cataplasmas e pós. Quando comparados, porém, com as especificações farmacopeicas, estes preparados não podem ser qualificados como medicamentos, pois não são padronizadas e não atendem aos requisitos preconizados quanto à relação de dose estabelecida pelo processo de obtenção. Neste contexto, foram relacionadas 84 espécies vegetais empregadas pela Pastoral da Saúde.: A OMS reconheceu e recomendou a difusão mundial do uso de fitoterápicos. No panorama nacional, quaisquer iniciativas da sociedade neste sentido devem aproximar-se das diretrizes do Sistema Único de Saúde – SUS. Assim, a iniciativa das pastorais da saúde poderia contemplar o objetivo geral de formular e desenvolver programas que viabilizem a implantação e implementação da efetiva assistência farmacêutica, nos modelos do SUS.
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Referências
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