Uso do chá de quebra pedra em pacientes diagnosticados com litíase renal no município de São Mateus do Maranhão-MA

Autores

  • Ane Beatriz Albuquerque Sousa Faculdade de Educação de Bacabal
  • Wellyson da Cunha Araújo Firmo Faculdade de Imperatriz; Universidade Federal do Maranhão

Resumo

O chá de quebra pedra tem demonstrado sua eficácia em termos de uso terapêutico no tratamento e principalmente na prevenção de cálculos renais. O objetivo principal foi analisar o uso de chá de quebra pedra como opção de tratamento em pessoas diagnosticadas com litíase renal. Trata-se de um estudo descritivo, transversal de abordagem quantitativa realizada na cidade de São Mateus do Maranhão em uma Unidade Básica de Saúde com 40 pacientes diagnosticados com litíase renal. A coleta de dados foi feita no período de junho e julho de 2017, sendo análise estatística feita através do programa Microsoft Office Excel® 2010. Os resultados demonstraram que a maioria dos entrevistados encontra-se na faixa etária de 22 a 85 anos, sendo que 52,5% usavam o chá com finalidade de alívio para infecção urinária, 32,5% para expelir cálculos, 7,5% para sintomas hepáticos, 5,0% para ações diuréticas e 2,5% para problemas renais em geral. Quanto a relação da eficiência do uso do chá descrita pelos pacientes 82,5% afirmaram ter eficácia no tratamento e 17,5% disseram que não. Diante dessas informações, entende-se que o uso do chá como forma alternativa de tratamento está juntamente ligado a cultura de um povo que não deve se manter apenas de forma caseira e sem conhecimento profissional apropriados, mas que se amplifique estudos mais aprofundados sobre propriedades farmacológicas de plantas medicinais.

Palavras-chave:

Litíase Renal, Quebra-Pedra, Trato Urinário

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ane Beatriz Albuquerque Sousa, Faculdade de Educação de Bacabal

Farmacêutica pela Faculdade de Educação de Bacabal.

Wellyson da Cunha Araújo Firmo, Faculdade de Imperatriz; Universidade Federal do Maranhão

Farmacêutico pela Faculdade de Imperatriz. Doutor em Biotecnologia pela Universidade Federal do Maranhão.

Referências

AITA, A.M.; MATSUURA, H.N.; MACHADO, C.A.; RITTER, M.R. Espécies medicinais comercia- lizadas como “quebra-pedras” em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Revista Brasileira de Far- macognosia, v. 19, p. 471-477, 2009.

ALONSO, J. R. Tratado de fitomedicina: bases clí- nicas y farmacológicas. Isis Ediciones, 1998.

ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopéia Brasi- leira / Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Brasília, 2011, 126p.

BACK, R.; WRIGHT, J. Refinement calculus: a systematic introduction. Springer Science & Business Media, 2012.

BARBOSA, K. Há indícios de que chá de quebra-pedra seja eficaz para litíase renal. Fitomedicina Cien- tífica, v.6, n.44, p.86-88, 2006.

BARROS, M. E.; LIMA, R.; MERCURI, L.P.; MATOS J.R.; SCHOR, N.; BOIM, MA. Effect of extract of Phyllanthus niruri on crystal deposition in experi- mental urolithiasis. Urological Research, v. 34, n. 6, p. 351-357, 2006.

BOIM, M.A.; HEILBERG, I.P.; SCHOR, N. Phyllanthus niruri as a promising alternative treatment for nephrolithiasis. International Brazilian Journal of Urology, p.36, n.6, p.657-664, 2010.

BRAGA, I.; BRANCO, F.; CABRAL, J.; LOURO, N.; CAVADAS, V.; FRAGA, A. Litíase urinária no século XXI: análise bibliométrica de publicações na última década. Acta Urológica Portuguesa, Porto, v. 32, n. 1, p. 12-19, 2015.

BRASIL. Ministério da Saúde. Decreto nº 5.813, de 22 de junho de 2006. Aprova a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e dá outras provi- dências. Diário Oficial da União, Brasília, Seção 1, nº 119, 23 jun de 2006.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Práticas integrativas e complementares: plantas medicinais e fitoterapia na Atenção Básica/Ministério da Saúde, Brasília, p. 97-110, 2009.

BRUNING, M.; MOSEGUI, G. B. G.; VIANNA, C. M. M. A utilização da fitoterapia e de plantas medici- nais em unidades básicas de saúde nos municípios de Cascavel e Foz do Iguaçu-Paraná: a visão dos profis- sionais de saúde. Ciência e Saúde Coletiva, v. 17, n. 10, p. 2675-2685, 2012.

CASTILLO-JUÁREZ, I.; GONZÁLEZ, V.; JAI- ME-AGUILAR, H.; MARTÍNEZ, G.; LINARES, E.; BYE, R.; ROMERO. I. Anti-Helicobacter pylori activity of plants used in Mexican traditional medicine for gastrointestinal disorders. Journal of Eth- nopharmacology, v. 122, n. 2, p. 402-405, 2009.

CHATTERJEE, M.; SIL, P. C. Protective role of Phyllanthus niruri against nimesulide induced hepa- tic damage. Indian Journal of Clinical Biochemis- try, v. 22, n. 1, p. 109-116, 2007.

CRUCES, I. L.; PATELLI, T.H.C.; TASHIMA, C.M.; MELLO-PEIXOTO, E.C.T. Plantas medicinais no controle de urolitíase. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.15, n.4, p.780-788, 2013.

FERNANDES, J.M. Plantas medicinais com poten- cial tóxico: ‘mato que mata’. Disponível em: . Acesso em: 30 ago 2017.

FERRAZ, R. R. N. Físico-química da formação de cálculos urinários: síntese de evidências. Revista Science in Health/Universidade Cidade de São Paulo, v. 5, n. 3, p. 164-73, 2015.

GILBERT, B.; FERREIRA, J.L.P.; ALVES, L.F. Monografia de plantas medicinais brasileiras e acli- matadas. Abifito, 2005, 250p.

GUPTA, K.; HOOTON, T. M.; STAMM, W. E. Increasing antimicrobial resistance and the management of uncomplicated community-acquired urinary tract infections. Annals of internal medicine, v. 135, n. 1, p. 41-50, 2001.

IQBAL, M.J.; DEWAN, F.Z.; CHOWDHURY, S.A.R.; MAMUN, M.I.R.; MOSHIUZZAMAN, M.; BEGUM, M. Pre-treatment by n-hexane extract of Phyllanthus niruri can alleviate paracetamol-induced damage of the rat liver. Bangladesh Journal of Pharmacology, v. 2, n. 1, p. 43-48, 2007.

KAMBLE, M.; DUMBRE, R.; RANGARI, V. Hepatoprotective activity studies of herbal formulations. International Journal of Green Pharmacy, v. 2, n. 3, p. 147, 2008.

LIMA, C.B.; BELLETTINI, N.M.T.; SILVA, A.S.; CHEIRUBIM, A.P.; JANANI, J.K.; VIEIRA, M.A.V.; AMADOR, T.S. Uso de plantas medicinais pela população da zona urbana de Bandeirantes-PR. Revista Brasileira de Biociências, v. 5, n. S1, p. pg. 600-602, 2008.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. Ed – Nova Odessa. São Paulo: Instituto Plantarum, 2008. 544 p.

LOTAN, Y. Economics and cost of care of stone disease. Advances in chronic kidney disease, v. 16, n. 1, p. 5-10, 2009.

MACEDO, A. F.; OSHIIWA, M.; GUARIDO, C. F. Ocorrência do uso de plantas medicinais por morado- res de um bairro do município de Marília-SP. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada, v. 28, n. 1, p. 123-128, 2009.

MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.

MARQUES, L. C. Phyllanthus niruri (Quebra-Pedra) no Tratamento de Urolitíase: Proposta de Documen- tação para Registro Simplificado como Fitoterápico. Revista Fitos Eletrônica, v. 5, n. 03, p. 20-33, set. 2010.

MAZZUCCHI, E.; SROUGI, M. O que há de novo no diagnóstico e tratamento da litíase urinária? Re- vista da Associação Médica Brasileira, v. 55, n. 6, p. 723-728, 2009.

OLIVEIRA, D.F.; PEREIRA, A.C.; FIGUEIREDO, H.C.; CARVALHO, D.A.; SILVA, G.; NUNES, A.S.; ALVES, D.S.; CARVALHO, H.W. Antibacterial acti- vity of plant extracts from Brazilian southeast region. Fitoterapia, v.78, n.2, p.142- 5, 2007.

ORTIZ, V.; AMBROGINI, C.. Fisiopatologia e tra- tamento clínico da litíase urinária. Urologia Funda- mental. São Paulo: Planmark, São Paulo, p. 119-25, 2010.

RAMOS, A.; VITELLO, R. L. L.; PIMENTEL, L. C. prevenção de litíase renal através de mudanças de hábitos de vida e dietéticos. Brazilian Journal of Health, v. 3, n. 2, p. 22-31, 2015.

REZENDE, H.A.; COCCO, M.I.M. A utilização de fitoterapia no cotidiano de uma população rural. Re- vista da escola de enfermagem da USP, v, 36, n.3, p.282-288, 2002.

RIET-CORREA, F.; SIMÕES, S.V.D.; VASCONCELOS, J.S. Urolitíase em caprinos e ovinos. Pesq. Vet. Bras, v. 28, n. 6, p. 319-322, 2008.

RITTER, M. R.; SOBIERAJSKI, G.R.; SCHENKEL, E.P.; MENTZ, L.A. Plantas usadas como medicinais no município de Ipê, RS, Brasil. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 12, n. 2, p. 51-62, 2002.

ROMERO, V.; AKPINAR, H.; ASSIMOS, D.G. Kidney stones: a global picture of prevalence, incidence, and associated risk factors. Reviews in urology, v. 12, n. 2-3, p. 86-96, 2010.

ROSSATO BADKE, M.; BUDÓ, M.L.D.; ALVIM, N.A.T.; ZANETTI, G.D.; HEISLER, E.V. Saberes e práticas populares de cuidado em saúde com o uso de plantas medicinais. Texto & contexto enfermagem, v. 21, n. 2, p.363-370, 2012.

SANDINI, T.M.; RODRIGUES, N.M.; PELOI, K.E.; PEREZ, E. Avaliação farmacognóstica de Phyllan- thus tenellus Roxb., Euphorbiaceae (Quebra-Pedra) coletadas em Rancho Alegre D’Oeste, Paraná. Bio- saúde, v. 13, n. 1/2, p. 1-11, 2011.

SANTOS, D.R. Chá de quebra-pedra (Phyllantus niruri) na litíase urinária em humanos e em ratos. 1990. 159p.Tese (Doutorado)- Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 1990.

SEBBEN, S.; BRUM, S. P. B. Urolitíase e fatores associados. Arquivos Catarinenses de Medicina, v. 36, n. 2, p. 99-106, 2007.

SILVA, T.C.L.; VERAS FILHO, J.; ARAÚJO, J.M.; ALBUQUERQUE, U. P.; LIMA, V.T.; AMORIM, E.L.C. Atividade antimicrobiana de três espécies de Phyllanthus (quebra-pedra) e de seu produto comercial. Revista de Enfermagem. v.4, n.1, p.88-92, 2010.

Sociedade Brasileira de Urologia. Associação Médica Brasileira. Diretrizes Urologia: AMB. São Paulo, v. 1, 2014.

TISELIUS, H. G. et al. Guidelines on Urolithiasis= Diretrizes sobre urolitíase. European urology, v. 40, n. 4, p. 362-371, 2005.

VENKATESWARAN, P. S.; MILLMAN, I.; BLUMBERG, B. S. Effects of an extract from Phyllanthus niruri on hepatitis B and woodchuck hepatitis viru- ses: in vitro and in vivo studies. Proceedings of the National Academy of Sciences, v. 84, n. 1, p. 274- 278, 1987.

Publicado:

2019-02-04

Downloads

Como Citar

Sousa, A. B. A., & Firmo, W. da C. A. (2019). Uso do chá de quebra pedra em pacientes diagnosticados com litíase renal no município de São Mateus do Maranhão-MA. Natureza Online, 17(1), 051–060. Recuperado de https://naturezaonline.com.br/revista/article/view/434

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)