Status sucessional das florestas influenciam a frequência e diversidade de síndromes de polinização?

Autores

  • Jacilene B Silva Universidade Federal Rural de Pernambuco
  • Leonardo B Silva Universidade Federal Rural de Pernambuco
  • Luciana GS Nascimento Universidade Federal Rural de Pernambuco
  • André LB Nascimento Universidade Federal Rural de Pernambuco
  • Geraldo JB Moura Universidade Federal Rural de Pernambuco
  • Elcida L Araújo Universidade Federal Rural de Pernambuco

Resumo

A polinização é um importante processo ecológico que afeta diretamente o sucesso reprodutivo das plantas, e o seu desequilíbrio pode levar à perda de espécies vegetais. Sabendo-se que as diferentes condições ambientais entre os estágios sucessionais das florestas, especialmente diferenças de umidade, iluminação e movimentação de ar, aumentam as diferenças entre nichos ecológicos dos polinizadores de modo que diferenças na diversidade e freqüência de síndromes de polinização podem ocorrer em um mesmo ecossistema que apresente áreas em estágios sucessionais distintos, o presente estudo tem como objetivo determinar as síndromes de polinização ocorrentes no estrato herbáceo em duas áreas com estágios sucessionais distintos de uma Floresta Tropical, verificando possíveis diferenças entre as síndromes encontradas na Estação Ecológica do Tapacurá. Para tal foi realizado o método de caminhada percorrendo trilhas no interior da Estação e foram realizadas coletas de material botânico para posterior identificação. No local de estudo foram registradas 26 espécies de herbáceas floridas, das quais 14 ocorreram na área em estágio sucessional avançado, 18 ocorreram na área em estágio sucessional recente e cinco foram comuns a ambas as áreas. Comparandose as espécies encontradas nas duas áreas observou-se uma baixa similaridade entre elas, no entanto a proporção de espécies por síndrome não apresentou diferenças significativas entre as duas áreas observadas. A melitofilia foi a síndrome de polinização predominante nas duas áreas estudadas, porém na área de sucessão mais avançada, algumas espécies vegetais apresentaram uma maior seletividade quanto ao seu polinizador, pois possuíam estruturas que limitavam a assembléia de polinizadores.

Palavras-chave:

polinização, florestas tropicais, estágios sucessionais

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Biografia do Autor

Jacilene B Silva, Universidade Federal Rural de Pernambuco

Discentes do Mestrado em Ecologia, UFRPE, Universidade Federal Rural de Pernambuco.

Leonardo B Silva, Universidade Federal Rural de Pernambuco

Discentes do Mestrado em Ecologia, UFRPE, Universidade Federal Rural de Pernambuco.

Luciana GS Nascimento, Universidade Federal Rural de Pernambuco

Discentes do Mestrado em Ecologia, UFRPE, Universidade Federal Rural de Pernambuco.

André LB Nascimento, Universidade Federal Rural de Pernambuco

Discentes do Mestrado em Ecologia, UFRPE, Universidade Federal Rural de Pernambuco.

Geraldo JB Moura, Universidade Federal Rural de Pernambuco

Programa de Pós-Graduação em Ecologia – UFRPE, Universidade Federal Rural de Pernambuco.

Elcida L Araújo, Universidade Federal Rural de Pernambuco

Programa de Pós-Graduação em Ecologia – UFRPE, Universidade Federal Rural de Pernambuco.

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Publicado:

2012-07-07

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Como Citar

Silva, J. B., Silva, L. B., Nascimento, L. G., Nascimento, A. L., Moura, G. J., & Araújo, E. L. (2012). Status sucessional das florestas influenciam a frequência e diversidade de síndromes de polinização? . Natureza Online, 10(3), 111–115. Recuperado de https://naturezaonline.com.br/revista/article/view/308