Desenvolvimento inicial de Lafoensia glyptocarpa Koene sob diferentes condições de sobreamento
Resumen
O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de quatro níveis de sombreamento (0, 45, 75 e 90%) sobre o desenvolvimento inicial de Lafoensia glyptocarpa, planta semidecídua característica da Floresta Pluvial Atlântica que ocorre tanto no interior da floresta primária como em formações secundárias. O estudo foi conduzido em viveiros no município de Santa Teresa, ES, Brasil, entre os meses de maio e outubro de 2004. Os tratamentos foram iniciados quando as plantas se encontravam com um mês de idade e, a partir de então, foram mensurados mensalmente a área foliar, a altura da parte aérea e o diâmetro do coleto. No início e no final do experimento foram avaliadas também as massas da matéria seca da raiz e da parte aérea, além dos teores de clorofilas a e b. Foi verificado que houve um crescimento significativo em altura em todos os níveis de sombreamento avaliados, sendo que entre 30 e 120 dias as maiores alturas foram observadas nas plantas mantidas sob 75% de sombreamento. A partir de 120 dias houve um aumento significativo nos diâmetros dos coletos das plantas que permaneceram nos níveis de 45% e 75% de sombreamento e não foram observadas diferenças nos valores de área foliar e massa da matéria seca entre os tratamentos estudados. O nível de 45% de sombreamento proporcionou o maior teor de clorofila a e os níveis de 45% e 90% resultaram em um aumento significativo da clorofila b em relação ao teor inicial. Portanto, o sombreamento favoreceu o crescimento inicial dessa espécie, mas, não foi uma condição indispensável para o seu desenvolvimento.
Palabras clave:
Descargas
Citas
Alvarenga AA, Castro EM, Lima Júnior EC & Magalhães MM (2003) Effects of different light levels on initial growth and photosynthesis of Croton urucurana Ball. in southeastern Brazil Revista Árvore 27: 53-57.
Atroch EMAC, Soares AM, Alvarenga AA & Castro EM (2001) Crescimento, teor de clorofilas, distribuição de biomassa e características anatômicas de plantas jovens de Bauhinia forficata Link submetidas a diferentes condições de sombreamento Ciência Agrotécnica 25(4): 853-862.
Batista EA, Crestana C, Mariano G, Pinto MM & Couto HTZ (1993) Influência de sombreamento e adubação nitrogenada no crescimento de mudas de peroba-rosa (Aspidosperma polyneuron M. Arg.) Revista do Instituto Florestal 5: 175-186.
Boardman NK (1977) Comparative photosynthesis of sun and shade plants. Annual Review Plant Physiology 28: 355-377.
Carneiro JGA (1983) A influência dos fatores ambientais, das técnicas de produção sobre o desenvolvimento de mudas florestais e a importância dos parâmetros que definem sua qualidade. In: Anais do Simpósio sobre florestas plantadas nos neotrópicos como fonte de energia. Universidade Federal de Viçosa (UFV), Viçosa, MG.
Castro EA, Alvarenga AA & Gomide MB (1996) Crescimento e distribuição de massa seca de mudas de calabura (Muntingia calabura L.) submetidas a três níveis de sombreamento Ciência e Agrotecnologia 20: 357-365.
Dale JE (1988) The control of leaf expansion Annual Review of Plant Physiology. 39: 267-295.
Demuner VG, Hebling SA & Dagustinho DM (2004) Efeito do sombreamento no crescimento inicial de Gallesia integrifolia (Spreng) Harms Revista do Museu de Biologia Mello Leitão 17: 45-55.
Duz SR, Siminski A, Santos M & Paulilo MTS (2004) Crescimento inicial de três espécies arbóreas da Floresta Atlântica em resposta à variação da quantidade de luz Revista Brasileira de Botânica 27(3): 587-596.
Engel VL (1989) Influência do sombreamento sobre o crescimento de mudas de essências nativas, concentração de clorofila nas olhas e aspectos de anatomia. Dissertação de Mestrado, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, (ESALQ), Universidade de São Paulo, Piracicaba.
Engel VL & Poggiani F (1991) Estudo da concentração de clorofila nas folhas e seu espectro de absorção de luz em função do sombreamento em mudas de quatro espécies florestais nativas Revista Brasileira de Fisiologia Vegetal 3: 39-45.
Façanha JGV & Varela VP (1987) Influência do tamanho da semente e tipo de sombreamento na produção de mudas de muirapiranga. Pesquisa Agropecuária Brasileira 22: 1185-1189.
Felfili JM, Hilgbert LF, Franco AC, Sousa-Silva JC, Rezende AL & Nogueira MVP (1999) Comportamento de plantas de Sclerobium paniculatum Vog. Var. rubiginosum (Tul.) Benth. Sob diferentes níveis de sombreamento, em viveiro Revista Brasileira de Botânica 22: 297-301.
Felfili JM, Franco AC, Fagg CW & Sousa-Silva JC (2001) Desenvolvimento inicial de espécies de mata galeria. In: Ribeiro JF, Fonseca CEL & Sousa-Silva JC (eds). Cerrado: caracterização e recuperação de matas galerias. Planaltina: EMBRAPA-CERRADOS. pp 779-811.
Ferreira MGM, Cândido JF, Silva PA & Colodette JL (1981) Efeito do sombreamento e da densidade de sementes sobre o desenvolvimento de mudas de Pinus insularis Endlicher e seu crescimento inicial no campo Revista Árvore 2: 53-61.
Ferreira MGM, Cândido JF, Cand MAD & Condé AR (1997) Efeito do sombreamento na produção de mudas de quatro espécies florestais nativas Revista Árvore 1: 121-134.
Gordon JC (1982) Effect of shade on photosynthesis and dry weight distribution on yellow birch (Betula alleghaniensi Britton) seedlings.
Ecology. 50(5): 924-6. Harbone JB (1984) Chlorophylls. In: Phytochemical methods. New York: Chapman and Hall pp214-219.
Kozlowksi TT (1962) Tree growth. New York: The Ronald Press.
Kozlowksi T, Kramer PJ & Pallardy (1991) The physiological ecology of woody plants. London: Academic Press.
Kramer T & Kozlowski TT (1979) Physiology of woody plants. New York: Academic Press.
Larcher W (2000) Ecofisiologia Vegetal. São Carlos: Editora RiMA.
Logan KT & Krotkov G (1969) Adaptation of the photossynthetic mechanism of sugar maple (Acer saccharum) seedling grown in various light intensities Physiologia Plantarum 22: 104-116.
Lorenzi H (2000) Árvores brasileiras: Manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. 1:229.
Oberbauer SF & Strain BR (1985) Effects of light regime on the growth and physiology of Pentaclethra macroloba (Mimosaceae) in Costa Rica Journal of Applied Tropical Ecology 1: 303-320.
Osunkoya O, Ash JE, Hopkins MS & Graham AW (1994) Influence of seed size and seedling ecological attributes on shade-tolerance of raing-forest tree species northern Queensland Journal of Ecology 82(1): 149-163.
Pinto AM, Varela VP & Batalha LFP (1993) Influência do sombreamento no desenvolvimento de mudas de Louro pirarucu (Licaria canella Meissn) Acta Amazônica. 23: 397-404.
Poggiani F, Bruni S & Barbosa ESQ (1992) Efeito do sombreamento sob o crescimento de mudas de três espécies florestais. In: Anais do 2° Congresso Nacional sobre Essências Nativas. 4: 564-569.
Pomp J & Bongers F (1991) Acclimation of seedlings of three Mexican rain fores species to a change in light availability Journal of Tropical Ecology 7: 85-87.
Poorter L (1999) Growth responses of 15 rain-forest tree species to a light gradient: the relative importance of morphological and physiological traits Functional Ecology 13: 396-410.
Ramos KMO, Felfili JM & Fagg CW (2004) Desenvolvimento inicial e repartição de biomassa de Amburana cearensis (Allemao) A.C. Smith, em diferentes condições de sombreamento Acta Botanica Brasilica 18(2): 351-358.
Reis MGF, Reis GG, Regazzi AJ & Leles PSS (1991) Crescimento e forma do fuste de mudas de jacarandá-da-bahia (Dalbergia nigra Fr. Allem.), sob diferentes níveis de sombreamento e tempo de cobertura Revista Árvore 15(1): 23-24.
Scalon SPQ, Mussury RM, Rigoni MR & Filho HS (2003) Crescimento inicial de mudas de Bombacopsis glabra (Pasq.) A. Robyns sob condição de sombreamento. Revista Árvore. 27: 753-758.
Spurr HS & Barnes BV (1980) Forest Ecology. New York, John willey & Sons.
Smith H & Whitelam GC (1990) Phytochrome, a family of photoreceptors with multiple physiological roles Plant Cell Environment 13: 695-707.
Swaine MD & Whitmore TC (1988) On the definition of ecological species groups in tropical rain forests Vegetativo 75: 81-86.
Varela VP & Santos J (1992) Influência do sombreamento na produção de mudas de Angelim Pedra (Dinizia excelsa Ducke) Acta Amazônica 22: 407-411.
Cómo citar
Licencia
Esta licença permite que outros distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho, mesmo para fins comerciais, desde que lhe atribuam o devido crédito pela criação original.