Ornitofilia nos Neotrópicos e nos Paleotrópicos

Autores/as

  • Walquíria A Brunelli Universidade Vila Velha

Resumen

A polinização pode ser definida como a transferência de grãos de pólen das anteras para o estigma, podendo ser em uma mesma flor ou entre flores distintas. Flores ornitófilas possuem mecanismos florais específicos para a visitação dos pássaros que são encontrados em muitas partes do mundo, cada um restrito a uma área geográfica. Os beija-flores são excepcionalmente neotropicais e nenhum outro grupo de aves é tão característico. A base da alimentação dos beija-flores é o néctar, portanto, flores polinizadas por eles possuem muito néctar, estão reunidas em inflorescências, possuem cores brilhantes, são tubulares, pendentes, antese diurna, ausência de odores, corola aberta e de fácil acesso. Os beija-flores possuem bicos longos e estreitos, que variam de comprimento e curvatura especializados para se alimentar de néctar. As flores geralmente não fornecem poleiros, pois os beija-flores tem a capacidade de pairar em voo diferente dos pássaros ornitófilos do Velho mundo que precisam pousar próximo a flor para se alimentar. Alguns pássaros ornitófilos do Velho Mundo apresentam grande semelhança com o beija-flor. Evidências de fósseis na Europa sugere que a evolução inicial de beija-flor não é exclusiva do Novo Mundo, além de mostrar que pássaros ornitófilos do Velho Mundo são parentes próximos dos beija-flores e que algumas flores contêm traços que se assemelham com as do Velho mundo. Mas ainda não se sabe as razões que levaram à extinção dos beija-flores no Velho Mundo.

Palabras clave:

Ornitófilos, beija-flor, Velho mundo, Novo Mundo

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Walquíria A Brunelli, Universidade Vila Velha

Programa de Pós-graduação em Ecologia de Ecossistemas. Universidade Vila Velha. Bolsista Mestrado FAPES.

Citas

Abreu CRM, Vieira MF (2004) Os beija-flores e seus recursos florais em um fragmento florestal de Viçosa, sudeste brasileiro. Lundiana 5: 129-134.

Araújo JLO, Quirino ZGM, Gadelha Neto PD, Araújo AC (2009) Síndromes de polinização ocorrentes em uma área de Mata Atlântica, Paraíba, Brasil. Biotemas 22 : 83-94.

Buzato S, Sazima M, Sazima, I (2000) Hummingbird pollinated floras at three Atlantic Forest sites. Biotropica 32: 824-841.

Camargo E, Rodrigues LC, Araujo AC (2011) Pollination biology and reproduction of Seemannia sylvatica (Kunth) Hanstein (Gesneriaceae) in the Serra da Bodoquena National Park, Mato Grosso do Sul. Biota Neotropica 11: 125-130.

Cronk Q, Ojeda I (2008) Bird-pollinated flowers in an evolutionary and molecular context. Journal of Experimental Botany 59: 715–727.

Dziedzioch C, Stevens AD, Gottsberger G (2003) The hummingbird plant community of a tropical montane rain forest in southern Ecuador. Plant Biolog y 5:331-337.

Fleming TH, Muchhala N (2008) Nectar-feeding bird and bat niches in two worlds: pantropical comparisons of vertebrate pollination systems. Journal of Biogeography 35: 764–780.

Grant V (1994) Historical development of ornithophily in the western North American flora. Proceedings of the National Academy of Sciences 91: 10407-10411.

Kaehler M, Varassini IG, Goldenberg R (2005) Polinização em uma comunidade de bromélias em Floresta Atlântica Alto-montana no Estado do Paraná, Brasil. Revista Brasileira de Botânica 28: 219-228.

Las-Casas FMG, Azevedo Junior SM, Dias Filho MM (2012) The community of hummingbirds (Aves: Trochilidae) and the assemblage of flowers in a Caatinga vegetation. Brazilian Journal of Biolog y 72: 51-58.

Leal FC, Lopes AVS, Machado IC (2006) Polinização por beija-flores em uma área de caatinga no Município de Floresta, Pernambuco, Nordeste do Brasil. Revista Brasileira de Botânica 29: 379-389.

Machado CG, Coelho AG, Santana CS, Rodrigues M (2007) Beija-flores e seus recursos florais em uma área de campo rupestre da Chapada Diamantina, Bahia. Revista Brasileira de Ornitologia 15: 267-279.

Machado CG, Semir J (2006) Fenologia da floração e biologia floral de bromeliáceas ornitófilas de uma área da Mata Atlântica do Sudeste brasileiro. Revista Brasileira de Botânica 29:163-174.

Machado CG, Coelho AG, Santana CS, Rodrigues M (2007) Beija-flores e seus recursos florais em uma área de campo rupestre da Chapada Diamantina, Bahia. Revista Brasileira de Ornitologia 15: 267-279

Mayr G (2002) Osteological evidence for paraphyly of the avian order caprimulgiformes (nightjars and allies). Journal of Ornitholog y 143: 82-97. Mayr G (2004) Old World Fossil Record of Modern-Type Hummingbirds. Science 304: 861-864.

Mayr G (2005) Fossil hummingbirds in the Old World. Biologist 52: 12-16.

Mendonça LB, Anjos B (2003) Bird-flower interactions in Brazil: a review. Ararajuba 11: 195-205.

Mendonça LB, Anjos L (2005) Beija-flores (Aves, Trochilidae) e seus recursos florais em uma área urbana do Sul do Brasil. Revista Brasileira de Zoologia 22: 51–59.

Quirino ZGM, Machado IC (2001) Biologia da polinização e da reprodução de três espécies de Combretum Loefl. (Combretaceae). Revista Brasileira de Botânica 24: 181-193.

Rocca MA, Sazima M (2010) Beyond hummingbird-flowers: The other side of ornithophily in the Neotropics. Oecologia Australis 14: 67-99. Sakai Y, Koller A, Rangell LK, Keller GA, Subramani S (1998) Peroxisome degradation by microautophagy in Pichia pastoris: identification

of specific steps and morphological intermediates. Journal of Cell Biolog y 141: 625–636.

Sick H (2001) Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro, Editora Nova Fronteira.

Stiles FG (1981) Geographical aspects of bird-flower coevolution, with particular reference to Central America. Annals of the Missouri Botanical Garden 68: 323-251.

Yamamoto LF, Kinoshita SL, Martins FR (2007) Síndromes de polinização e de dispersão em fragmentos da Floresta Estacional Semidecídua Montana, SP, Brasil. Acta Botânica Brasílica 21: 553-573.

Yanega GM, Rubega MA (2004) Hummingbird jaw bends to aid insect capture. Nature 428: 615.

Cómo citar

Brunelli, W. A. (2013). Ornitofilia nos Neotrópicos e nos Paleotrópicos. Natureza Online, 11(4), 166–169. Recuperado a partir de https://naturezaonline.com.br/revista/article/view/272