Efeito da fitofisionomia sobre a morfometria foliar e seleção de habitat de morfoespécies da família Marantaceae numa área de Mata Atlântica sobre a formação Barreiras

Autores/as

  • Bárbara H Paixão Universidade Vila Velha
  • Gisele AP da Costa Universidade Vila Velha
  • Rute BG Clemente-Carvalho Universidade Vila Velha

Resumen

A família Marantaceae é encontrada em abundância nas variadas fitofisionomias da Reserva Natural Vale (RNV ) em Linhares-ES, local onde foi realizado o presente estudo. Dentre estas fitofisionomias, podemos destacar Mussununga, que apresenta solo arenoso e a Mata de Tabuleiro, com solos argilosos. As espécies dessa família possuem características que permitem seu fácil reconhecimento, como folhas com nervuras paralelas e presença de pulvinos. Este trabalho teve como objetivo caracterizar a distribuição das morfoespécies de Marantaceae na Mata de Tabuleiro, Transição e Mussununga, com a hipótese de que a distribuição das morfoespécies depende da fitofisionomia. Para analisar a distribuição das plantas foram realizados 18 transectos de 30 metros cada um nas três fitofisionomias. Seguindo a linha do transecto, a cada planta avistada, a maior folha foi coletada, e dela foram realizadas diversas medidas. Características morfológicas das folhas como cor, tipo de pulvino e nervuras foram observadas e anotadas. Foram identificadas 8 morfoespécies, sendo três morfoespécies (2, 3 e 4) encontradas em todas as fitofisionomias amostradas. Duas morfoespécies (1 e 7) ocorreram somente na Mata de Tabuleiro. Duas morfoespécies (6 e 8) não foram encontradas na Mussununga. Uma morfoespécie (5) foi a única que não apresentou distribuição na Mata de Tabuleiro, mas ocorreu na fitofisionomia de Transição e Mussununga. A abundância total nas três fitofisionomias, as Morfoespécies 2, 4, 5, 6 e 8 apresentaram valores significativos (p<0,05) para as fitofisionomias analisadas. Sendo a morfoespécie 2 mais abundante, com 95 indivíduos, seguida pela morfoespécie 4, com 67 indivíduos. As 8 morfoespécies encontradas estão agrupadas em três espécies, segundo classificação fornecida pelo especialista da RNV: Calathea linharesana (morfoespécies 2 e 5), Calathea vaginata (morfoespécie 3) e Sarante composita (morfoespécies 1, 4, 6, 7 e 8). As espécies C. linharesana e S. composita apresentaram diferença significativa quanto a distribuição dos indivíduos entre as fitofisionomias (p<0,01). A média do comprimento das folhas apresentou significância (p<0,005) quando comparadas com as três fitofisionomias estudadas, sendo que na Mata de Tabuleiro as folhas são mais compridas do que nas outras duas áreas. A maior abundância de indivíduos encontrada na Mata de Tabuleiro pode ser explicada pelas características deste ambiente (solo argiloso, dossel fechado e maior umidade) que criam um local favorável ao crescimento e estabelecimento das espécies da família Marantaceae.

Palabras clave:

fitofisionomia, plasticidade fenotípica, mussununga, Reserva Natural Vale

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Bárbara H Paixão, Universidade Vila Velha

Bolsita FAPES de Mestrado, Laboratório de Ecologia de Populações e Comunidades (LEPC); Programa de Pós-graduação em Ecologia de Ecossistemas – PPEE. Universidade Vila Velha – UVV.

Gisele AP da Costa, Universidade Vila Velha

Bolsista CAPES de Mestrado, Laboratório de Imunobiologia (LIB); Programa de Pós-graduação em Ecologia de Ecossistemas – PPEE. Universidade Vila Velha – UVV.

Rute BG Clemente-Carvalho, Universidade Vila Velha

Programa de Pós-graduação em Ecologia de Ecossistemas – PPEE. Universidade Vila Velha – UVV. Laboratório de Ecologia de Anfíbios e Répteis (LEAR), Professor Titular.

Citas

Andersson L (1998) Marantaceae. In, Kubitzki K (org) The Families and Genera of Vascular Plants, Flowering Plants Monocotyledons– Alismatanae and Commelinanae (except Gramineae). Berlin, Springer, pp 278 – 293.

Barreto AA, Freitas L (2007) Atributos florais em um sistema de polinização especializado: Calathea cylindrica (Roscoe) K. Schum. (Marantaceae) e abelhas Euglossini. Revista Brasileira de Botânica 30: 421-431.

Bastos CJP, Yano O (2008) O gênero Cerato lejeunea Jack & Steph. (Lejeuneaceae, Marchantiophyta) no Estado da Bahia. Hoehnea 35: 69-74.

Braga JMA (2005) Marantaceae – Novidades taxonômicas e nomenclaturais III: Tipificações, sinonímias e uma nova combinação em Calathea. Acta Botanica Brasilica 19: 763-768.

Costa DPC, Silva AG (2003) Briófitas da Reserva Natural da Vale do Rio Doce, Linhares, Espírito Santo. Boletim de Biologia do Museu Mello Leitão 16: 21-38.

Costa FRC, Espinelli FP, Figueiredo FOG (2008) Guia de Marantáceas da Reserva Ducke e da Reserva Biológica Uatumã. Manaus, Attema.

Locatelli E, Machado IC, Medeiros P (2004) Saranthe klotzschiana (Koer.) Eichl. (Marantaceae) e seu mecanismo explosivo de polinização. Revista Brasileira de Botânica 27: 757-765.

MMA (2000) Avaliação e Ações Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade de Mata Atlântica e Campos Sulinos. Brasília, DelRey.

Nascimento AA, Vieira PB, Menezes LFT, Nascimento, MT (2011) Herbivoria foliar em comunidades arboreas de mata alta e floresta de mussununga sob marcante sazonalidade na Reserva Natural Vale, Linhares, ES, Brasil. In: X Congresso de Ecologia do Brasil, São Lourenço-MG.

Nascimento AA (2012) Herbivoria e Atributos Foliares em Comunidades Arbóreas de Mussununga e de Floresta de Mata Atlântica na Reserva Natural Vale, Linhares-ES, Brasil. Dissertação de Mestrado. Curso de Pós-Graduação em Biodiversidade Tropical, Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), São Mateus, ES.

Nakazono EM, Piedade MT F (2004) Biologia e ecologia do arumã, Ischnosiphon polyphyllus (Marantaceae), no arquipélago de Anavilhanas, Rio Negro, Amazônia Central.Revista Brasileira Botânica 27: 421-428.

Paula A (2006) Os estados da Mata Atlântica. In, Campanili M, Prochnow M (org) Mata Atlântica, uma rede pela floresta. Brasília, RMA, pp 114-128.

Santo AES, Pugialli HRL (1999) Estudo da plasticidade anatômica foliar de Stromanthe thalia ( Vell.) (Marantaceae) em dois ambientes de Mata Atlântica. Rodriguésia 50: 109-124.

Cómo citar

Paixão, B. H., Costa, G. A. da, & Clemente-Carvalho, R. B. (2014). Efeito da fitofisionomia sobre a morfometria foliar e seleção de habitat de morfoespécies da família Marantaceae numa área de Mata Atlântica sobre a formação Barreiras. Natureza Online, 12(5), 240–244. Recuperado a partir de https://naturezaonline.com.br/revista/article/view/227