Ocorrência e caracterização de galhas em duas áreas do noroeste do Ceará, Brasil

Autores

  • Jamile Aragão Alcântara Universidade Estadual Vale do Acaraú
  • Elnatan Bezerra de Souza Universidade Estadual Vale do Acaraú
  • Petrônio Emanuel Timbó Braga Universidade Estadual Vale do Acaraú

Resumo

Galhas ou cecídeas são o resultado da interação entre organismos capazes de modificar os tecidos vegetais e suas respectivas plantas hospedeiras. A pesquisa sobre galhas é mportante tanto para a agricultura quanto para o conhecimento das interações ecológicas. Apesar de sua importância, os estudos sobre galhas ainda são escassos na região Nordeste do Brasil e no estado Ceará. Dessa forma, objetivou-se com este estudo registrar e aracterizar as galhas ocorrentes em duas áreas do noroeste do Ceará. Foram registrados 48 morfotipos de galhas em 19 espécies e 17 famílias de plantas hospedeiras. Euphorbiaceae, Burseraceae e Myrtaceae foram as famílias com maior riqueza de galhas. A área de Floresta Atlântica apresentou a maior riqueza de plantas hospedeiras (17) e de morfotipos de galhas (39), já na área de Caatinga foram registradas apenas três plantas hospedeiras e 12 orfotipos de galhas. As galhas foliares (72%), adaxiais (63%), glabras (79%) e de cor verde (58%) foram as mais comuns. Quanto à morfologia, as galhas mais frequentes foram globoides (38%) e fusiformes (29%). Os dados deste estudo são novos registros para o Ceará e contribuem para o conhecimento da diversidade de galhas e plantas hospedeiras nos biomas Caatinga e Floresta Atlântica

Palavras-chave:

Plantas hospedeiras, Bioma caatinga, Floresta Atlântica, Semiárido

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Almeida-Cortez JS, Alves-Araújo AG, Silva SCL, Iannuzzi L (2006). Nota Biológica e novo registro de Prospoliata Bicolorata(Coleoptera, Curculionidae, Baridinae) em um fragmento de Mata Atlântica de Pernambuco. Rev. Biociências 14 ( 2) : 228 - 230.

Almada ED, Fernandes GWA (2011). Insetos indutores de galhas em florestas de terra firme e em reflorestamentos com espécies nativas na Amazônia Oriental, Pará, Brasil. Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Cienc. Nat. 6 (2): 163-196.

Borges LG, Vieira AMM, Araujo DF, Machado Neto EG, Leite, JMRS (2011). Hipóteses sobre a ocupação das folhas do Marmeleiro (Croton sp.) por galhas de insetos. In: X Congresso de Ecologia do Brasil. São Lourenço, MG. Disponível em: <http://www.sebecologia.org.br/xceb/resumos/554.pdf>. Acesso em: 16 jul. 2014.

Bregonci JM, Polycarpo PV, Maia VC (2010). Galhas de insetos do Parque Estadual Paulo César Vinha (Guarapari, ES, Brasil). Biota Neotrop. 10 (1): 265-274.

Carneiro MAA, Borges RA, Araújo APA, Fernandes W (2009). Insetos indutores de galhas da porção sul da Cadeia do Espinhaço, Minas Gerais, Brasil. Rev. Bra. Entomologia 53 (4):570–592.

Carvalho-Fernandes SP, Castelo-Branco BP, Albuquerque FA, Ferreira ALN, Brito-Ramos AB, Braga DVV, Almeida-Cortez J (2009). Galhas entomógenas em um fragmento urbano de Mata Atlântica no centro de endemismo de Pernambuco. Rev. Bras. Bioci. 7 (3): 240-244.

Carvalho-Fernandes SP, Almeida-Cortez JS, Ferreira ALN (2012) Riqueza de galhas entomógenas em áreas antropizadas e preservadas de caatinga. Rev. Árvore 36 (2): 269-277.

Ceará (2013) a. IPECE- Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará. Perfil Básico Municipal 2013 Sobral. Disponível em: <http://www.ipece.ce.gov.br/publicacoes/perfil_basico/pbm-2013/sobral.pdf.>

Ceará (2013) b. IPECE- Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará. Perfil Básico Municipal 2013 Ibiapina. Disponível em: <http://www.ipece.ce.gov.br/publicacoes/perfil_basico/pbm-2013/Ibiapina.pdf.>

Costa EC, Carvalho-Fernandes SP, Santos-Silva J (2014). Galhas entomógenas associadas à Leguminosae do entorno do riacho Jatobá, Caetité, Bahia, Brasil. Rev. Bras. Bioci. 12 (2): 115-120.

Felfili JM, Carvalho FA, Haidar RF (2005). Manual para o monitoramento de parcelas permanentes nos biomas cerrado e pantanal. Brasília: Universidade de Brasília, Departamento de Engenharia Florestal.

Fernandes GW, Price PW (1988). Biogeographical gradients in galling species richness: tests of hypotheses. Oecologia 76 (1): 161-167.

Gullan PJ, Craston PS (2012). Os insetos: um resumo de entomologia. 4. ed. São Paulo: Roca. 496p.

Isaias RMS; Carneiro RGS, Oliveira DC, Santos JC (2013). Illustrated and Annotated Checklist of Brazilian Gall Morphotypes. Neotrop. Entomol. 42: 230 – 239.

Luz GR, Fernandes GW, Silva JO, Neves FS, Fagundes M (2012). Galhas de insetos em habitats xérico e mésico em região de transição Cerrado-Caatinga no norte de Minas Gerais, Brasil. Neotrop. Biology and Conservation 7 (3): 171-187

Maia VC, Magenta MAG, Martins SE (2008). Ocorrência e caracterização de galhas de insetos em áreas de restinga de Bertioga (São Paulo, Brasil). Biota Neotrop. 8 (1). Disponível em <http://www.biotaneotropica.org.br/v8n1/pt/abstract?inventory+bn02408012008>.

Maia VC (2011). Caracterização das galhas de insetos, galhadores e fauna associada do Platô Bacaba (Porto de Trombetas, Pará, Brasil). Biota Neotrop. 11(4): http://www.biotaneotropica.org.br/v11n4/pt/abstract?article+bn00511042011

Maia VC (2014). Insect galls of Itamonte (Minas Gerais, Brazil): characterization and occurrence. Biota Neotrop. 14 (1), 1-17.

Moreira FJC, ferreira ACS (2015). Controle alternativo de nematoide das galhas (Meloidogyne enterolobii) com cravo de defunto (Tagetes patula L.), incorporado ao solo. Rev. Holos 31(1).

Moura MZD, Soares GLG, Santos IRM (2009). Ontogênese da folha e das galhas induzidas por Aceria lantanae Cook (Acarina: Eriophyidae) em Lantana camara L. (Verbenaceae). Brazilian Journal of Botany, 32 (2), 271-282.

Ponte JJ, Holanda YCA, Aragão ML (1996). Adendo ao Catálogo de plantas hospedeiras de Meloidogyne no Brasil. Rev. Nematologia Brasileira 20 (1): 73-81.

Price PW (2005). Adaptative radiation of gall-inducing insects. Basic and applied Ecology 6: 413-421.

Santos BB, Ferreira HD, Araújo WS (2010). Ocorrência e caracterização de galhas entomógenas em uma área de floresta estacional semidecídua em Goiânia, Goiás, Brasil. Acta Botanica Brasilica 24(1): 243-249.

Santos JC, Almeida-Cortez JS, Fernandes GW (2011). Richness of gall-inducing insects in the tropical dry forest (Caatinga) of Pernambuco. Rev. Brasileira de Entomologia 55 (1).

Santos JC, Almeida-Cortez JS, Fernandes GW (2012). Gall-inducing insects from Atlantic forest of Pernambuco, Northeastern Brazil. Biota Neotrop. 12 (3): 196 - 213

Silva PSD, Knoechelmann CM, Tabarelli M, Almeida-Cortez JS (2011). Richness of gall morphospecies along a secondary successional gradient of Atlantic Forest in northeastern Brazil. Rev. Brasileira Biociências 9 (3): 270-277.

Torres RGC, Júnior RS, Rehn VNC, Pedrosa EMR, Moura RM (2005). Ocorrência de Meloidogyne mayaguensis em Goiabeira no Estado do Ceará. Rev. Nematologia Brasileira. 29 (1): 105 – 107.

Publicado:

2017-01-01

Downloads

Como Citar

Alcântara, J. A., Souza, E. B. de, & Braga, P. E. T. (2017). Ocorrência e caracterização de galhas em duas áreas do noroeste do Ceará, Brasil. Natureza Online, 15(1), 33–40. Recuperado de https://naturezaonline.com.br/revista/article/view/81