Prevalência de enteroparasitos em espaço público destinado o lazer, esporte e turismo em Porto Velho, Rondônia, Brasil
Resumo
Alguns parasitos intestinais são comuns em animais domésticos (cães e gatos) os quais podem contaminar o meio ambiente e os seres humanos, constituindo um grave problema de saúde pública. Apesar de Porto Velho possuir fatores socioeconômicos e ambientais favoráveis à manutenção desses geo-helmintos, há escassez de dados recentes na literatura sobre sua situação epidemiológica. Esse estudo teve como objetivo identificar e caracterizar a prevalência de helmintos presentes no solo arenoso do espaço público destinado ao lazer, esportes e turismo em Porto Velho, Rondônia. Trata-se de um estudo experimental com abordagem quali-quantitativo. As amostras foram obtidas das pracinhas arenosas dispostas em todo o ambiente desportivo, onde se encontram play ground e instrumentos de práticas recreativas e de atividades físicas. As coletas foram realizadas em dois períodos, janeiro/fevereiro e julho/agosto de 2021, contemplando a sazonalidade da região, totalizando 20 amostras. A análise das amostras ocorreu a partir de técnicas de EPF Hoffman e Willins, para este fim foram obtidas 40g de amostras da areia, coletadas através de um copo medida estéril e armazenada em recipiente fechado para transporte ao local de análise, Laboratório de Histoanálise na Universidade Federal de Rondônia. A partir das análises morfológicas por microscopia, aumento de 400-1600x, foi possível identificar a presença de helmintos (Toxocara spp., Áscaris spp., Ancilóstomo spp., Hymenolepis spp., Fascíola spp. e Taenia pp.), protozoários (Entamoeba spp.) e fungos (diversas espécies), assim como a presença de larvas filarióide spp. Os helmintos mais frequentes foram larvas filarióide spp. e ovos de Ancilóstomo spp. O local analisado encontra-se com elevada incidência parasitária, apresentando risco à saúde humana por conter agentes causadores de doenças intestinais responsáveis por alto índice de mortalidade infantil. Há necessidade de maior fiscalização sanitária e regulamentações para lazer com animais, os quais são vetores de zoonoses. Resíduos alimentares no local também tornam o ambiente propício a aves e roedores, transmissores de doenças fúngicas e bacterianas, que podem ser letal ao ser humano.
Palavras-chave:
Downloads
Referências
ALVES, Junior Vieira. Estudo Retrospectivo da Condenação de Fígado Bovino por Fasciolose e Hidatidose em Frigoríficos no Estado de Rondônia. 2019. 49 p. Monografia (Graduação em Medicina Veterinária) - Fundação Universidade Federal de Rondônia, Rolim de Moura, Rondônia, 2019.
ARAÚJO, Núbia da Silva; RODRIGUES, Cristiane Teixeira; CURY, Márcia Cristina. Helmintos em caixas de areia em creches da cidade de Uberlândia, Minas Gerais. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v.42, n.1. Fev. 2008.
BASSO, Rita Maria Callegari et al. Evolução da prevalência de parasitoses intestinais em escolares em Caxias do Sul, RS. Rev. da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 41, n. 3, p. 263-268, Jun. 2008.
BLAZIUS, Rene Darela et al. Contaminação da areia do Balneário de Laguna, SC, por Ancylostoma spp., e Toxocara spp. em amostras fecais de cães e gatos. Rev. Arquivos Catarinenses de Medicina, v.35, n.3, p.55-58, 2006.
BOWMAN, Dwight D. Georgis Parasitologia Veterinária. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.1185 p. ISBN 978-85-352-3564-7.
CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Fasciolíase. 2019. CDC. Disponível em: https://www.cdc.gov/dpdx/fascioliasis/index.html. Acesso em: 11 Fev. 2022.
CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Toxocaríase. 2019. CDC. Disponível em: https://www.cdc.gov/dpdx/toxocariasis/index.html. Acesso em: 11 Fev. 2022.
CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Ancilostomíase (Extraintestinal). 2019. CDC. Disponível em: https://www.cdc.gov/dpdx/zoonotichookworm/index.html. Acesso em: 11 Fev. 2022.
CHÁVEZ, Amanda et al. Contaminación de parques públicos con huevos de Toxocara spp. en los distritos de la Província Constitucional del Callao y del Cono Sur de Lima Metropolitana. Rev. de Investigaciones Veterinarias del Perú, v.11, n.1, p.52-57, 2000.
DAVID, Taiane Garcia. Prevalência da infestação por helmintos e protozoários em pacientes atendidos no laboratório do hospital regional de Ariquemes, Rondônia, Brasil. 2012. 32 p. Monografia (Graduação em Farmácia) - Faculdade de Educação e Meio Ambiente – FAEMA, Ariquemes, Rondônia, Brasil, 2012.
DIAS, Joziani et al. Zoonoses parasitárias: o ambiente como fonte de infecção. Disponível em: www.ufpel.edu.br/cic/2005/arquivos/CB_00731.rtf. Acesso em: 15 Fev. 2022.
GUIMARÃES, Marcos Pezzi. Fascíola hepática. In: NEVES, David Pereira (org.). Parasitologia humana. 11 ed. São Paulo: Atheneu, 2005.p. 223-226.
HOFFMAN, William; PONS, Juan; JANER, J. The sedimentation concentration method in Schistosomiasis mansoni. Journal of Public Health and Tropical Medicine, v. 9, p. 283-291, 1934.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Mapa de clima do Brasil. 2002. IBGE. Disponível em: http://geoftp.ibge.gov.br/informacoes_ambientais/climatologia/mapas/brasil/Map_BR_clima_2002.pdf. Acesso em: 13 Nov. 2021.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. População. 2021. IBGE. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ro/porto-velho/panorama. Acesso em: 02 Mar. 2022.
JÚNIOR, Arlindo Gonzaga Branco et al. Contaminação por Enteroparasitas em Areia de Praças e Locais de Recreação do Município de Porto Velho, Rondônia, Amazônia Ocidental, Brasil. Rev. FIMCA, v.6, n.3, Dez. 2019.
LABRUNA, Marcelo Bahia et al. Prevalência de Endoparasitas em Cães da Área Urbana do Município de Monte Negro, Rondônia. Rev. Arquivos do Instituto Biológico, v.73, n.2, p.183-193, Jun. 2006.
LOPES, Iara Vaz et al. Parasitos zoonóticos em fezes de cães de praças públicas no Município de Porto Velho - Rondônia, Brasil. Rev. Research, Society and Development, v. 10, n. 8, Jul. 2021.
MACIEL, Janaína dos Santos; ESTEVES, Rafaelle Gonçalves; SOUZA, Marco Antônio Andrade de. Prevalência de helmintos em areias de praças públicas do município de São Mateus, Espírito Santo, Brasil. Rev. Natureza online, v. 14, n. 2, p. 15-22, Jun. 2016.
MATEUS, Tereza Letra et al. Multiple Zoonotic Parasites Identified in Dog Feces Collected in Ponte de Lima, Portugal – Potential Threatto Human Health. International Journal of Environmental Research and Public Health, v.11, n. 9, p. 9050-9067, Dez. 2014. Doi:10.3390/ijerph110909050.
MELLO, Cleidenice Barbosa da Silva. Avaliação parasitológica e contaminação sazonal de areias de parques públicos na região da zona leste da cidade de São Paulo. 2010. 134 p. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) – Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2010.
NEVES, David Pereira et al. Parasitologia Humana. 11. ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2005. 494 p.
NUNES, Cáris et al. Ocorrência de larva migrans na areia de áreas de lazer das escolas municipais de ensino infantil, Araçatuba, SP, Brasil. Rev. de Saúde Pública, v. 34, n. 6, p. 656-658, Dez. 2000.
ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Diretrizes: Quimioterapia preventiva para o controle de infecções por helmintos transmitidos pelo contato com o solo em grupos de risco. OPAS. Washington, D.C. 2018. Licença: CC BY-NC-SA 3.0 IGO. ISBN 978-92-75-71994-7.
PEGORARO, Jaqueline; AGOSTINI, Camila; LEONARDO, Jussara Maria Leite Oliveira. Incidência de parasitas intestinais de caráter zoonótico em cães e gatos na região de Maringá. In: VII EPCC - Encontro Internacional de Produção Científica, Paraná: CESUMAR, p.1-5, 2011.
QUADROS, Rosiléia Marinho et al. Prevalence of Giardia duodenalis among dogs seized by the Center for Control of Zoonoses (CCZ) of the city of Lages, Santa Catarina, Brazil. Rev. Health, v.5, n.1, p. 119-124, Jan. 2013.
REY, Luís. Bases da parasitologia médica. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.
SANTOS, Juliano dos et al. Parasitoses Intestinais em crianças de creche comunitária em Florianópolis, SC, Brasil. Rev. Patologia Tropical, vol. 43, n. 3, p. 332-340, Set. 2014. Doi: 10.5216/rpt.v43i3.32201.
SECRETARIA NACIONAL DE SANEAMENTO. Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento: 25º Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgotos - 2019. SNS. Brasília, Dez. 2020.190 p.
WILLIS, Hastings. A simple levitation method for the detection of wookworm ova. Medicine Journal of Australia, v. 2, p. 375-376, 1921.
Como Citar
Licença
Copyright (c) 2023 Nayara Nágila Neves Alves, Taiane Nunes Magalhães, Yara Raphaela Maia dos Santos, Rebeka Alves Ramos, Elieth Afonso de Mesquita
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Esta licença permite que outros distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho, mesmo para fins comerciais, desde que lhe atribuam o devido crédito pela criação original.