O Alto Misterioso e a vegetação sobre rochas em meio à Mata Atlântica, no Sudeste do Brasil

Autores

  • Clara P Esgario Escola Superior São Francisco de Assis
  • Luci F Ribeiro Universidade Federal da Bahia
  • Ary G Silva Centro Universitário Vila Velha

Resumo

Os afloramentos rochosos são freqüentes na paisagem da região sudeste do Brasil, apresentando uma flora bastante peculiar. Representam uma barreira clara para muitas espécies, devido à baixa retenção de água e nutrientes, às poucas alternativas para fixação de raízes e sementes. Estes fatores podem ser considerados relevantes na biologia e no processo evolutivo de espécies que ocorrem neste ambiente. O Alto Misterioso é composto por oito afloramentos rochosos, situados entre os limites dos municípios de São Roque do Canaã e Itaguaçu, na porção centro-oeste do estado do Espírito Santo, sudeste do Brasil (19º48’10.3” S e 040º46’19.2” W). É uma das áreas prioritárias para criação de Unidades de Conservação, pdevido a sua importância para conservação da biodiversidade no Espírito Santo, uma vez que ele representa um dos corredores ecológicos prioritários do Corredor Central da Mata Atlântica. O presente trabalho tem como objetivo contextualizar a formação vegetal d sobre rocha no Alto Misterioso em relação a sua importância como correrdor ecológico prioritário para conservação, abrindo perspectivas para a investigação de conexões florísticas com outras formacões vegetacionais do interior, como o conjunto florísticos formado pelos afloramentos rochosos situados no estado do Rio de Janeiro, em locais de abrangência da Serra do Mar, no domínio morfoclimático da Mata Atlântica, em regiões interioranas e em áreas costeiras.

Palavras-chave:

campo rupestre, campo de altitude, inselberg, afloramento rochoso

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luci F Ribeiro, Universidade Federal da Bahia

Instituto de Ciências Ambientais e Desenvolvimento Sustentável – ICADS. Campus Prof. Edgard Santos.

Referências

Ab’Saber AN (2003) Os domínios da natureza no Brasil: potencialiades paisagísticas. Ateliê: São Paulo.

Caiafa AN (2004) Unidades de conservação em Campos de Altitude e Campos Rupestres. In: 55º Congresso Nacional de Botânica e 26º Encontro Regional de Botânicos de MG, BA e ES. Viçosa: Novo Disc Mídia Digital

Caiafa NA & Silva AF (2005) Composição florística e espectro biológico de um campo de altitude no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, Minas Gerais – Brasil. Rodriguésia 56 (87): 163-173.

Campello MS (2000) Caracterização tecnológica de granitos ornamentais. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG.

Conceição AA & Giulietti AM (2002) Composição florística e aspectos estruturais de campo rupestre em dois platôs do Morro do Pai Inácio, Chapada Diamantina, Bahia, Brasil. Hoehnea 29(1): 37 - 48

Davis PH (1951) Cliff vegetation in the eastern Mediterranean. Journal of Ecology 39: 63-93.

Dean W (1997) With broadax and firebrand: The destruction of the Brazilian Atlantic Forest. University of California Press, California.

EMCAPA (1986) Empresa Capixaba de Pesquisas Agropecuárias. Carta Agroclimática do Espírito Santo. Mapa: escala 1:400.000.

Espírito Santo (2006) Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Síntese do processo de definição e planejamento dos corredores prioritários no Espírito Santo. Cariacica: Projeto Corredores Ecológicos.

Ferri MG (1980) Vegetação brasileira Universidade de São Paulo: São Paulo.

França F, Mello E & Santos CC (1997). Flora de “Inselbergs” da região de Milagres, Bahia, Brasil: I. Caracterização da vegetação e lista da vegetação de dois ”Inselbergs”. Sitientibus, 17:168-184.

França F, Melo E & Gonçalves JM (2006) Aspectos da diversidade da vegetação no topo de um inselberg no semi-árido da Bahia, Brasil. Sitientibus 6 (1): 30-35

França F, Melo E, Santos A, Melo J, Marques M, Silva Filho M, Moraes L & Machado C (2005) Estudos ecológico e florístico em ilhas de vegetação de um inselberg no semi-árido da Bahia, Brasil. Hoehnea 32(1): 93-101.

Fundação SOS Mata Atlântica & INPE 2002. Atlas dos remanescentes florestais de Mata Atlântica. Período 1995 – 2000. Relatório final. São Paulo.

Garcia RJF & Pirani JR (2003) Revisão sobre o diagnóstico e caracterização da vegetação campestre junto á crista de serras, no Parque Estadual da Serra do Mar, São Paulo, SP, Brasil. Hoehnea 30(3): 217-241.

Giulietti AM, Pirani JR & Harley RM (1997). Centres of plant diversity: a guide and strategy for their conservation. In: Davis SD, Heywood VH, Herrera-Macbryde, Villa-Lobos J & Hamilton AC (ed). The americas. IUCN Publication Unity, Cambridge, pp. 397-404.

Giulietti AM, Pirani JR & Harley RM (1997). Espinhaço Range Region, Eastern Brazil. Centres of plant diversity. A guide and strategy for their conservation. In: Davis SD, Heywood VH, Herrera-Macbryde, Villa-Lobos J & Hamilton AC (ed). The americas. IUCN Publication Unity, Cambridge.

IPEMA – Instituto de Pesquisa da Mata Atlântica 2005a. Áreas prioritárias para Criação de Unidades de Conservação no Espírito Santo. Disponível em: http//www.ipema-es.org.br/hp/mapas.htm. Acesso em: Junho de 2006.

IPEMA – Instituto de Pesquisa da Mata Atlântica 2005a. Áreas prioritárias para Conservação da Biodiversidade no Espírito Santo. Disponível em: http//www.ipema-es.org.br/hp/mapas.htm. Acesso em: Junho de 2006.

Joly AB (1970) Conheça a vegetação brasileira Editora da Universidade de São Paulo e Polígono: São Paulo.

Kluge M & Brulfert J (2000) Ecophysiology of vascular plants on inselbergs. In: Porembski S, Barthlott W (eds.) Inselbergs: biotic diversity of isoleted rock outcrops in tropical and temperate regions. Berlin: Springer-Verlag, pp. 143-176.

Larson DW, Matthes U & Kelly PE (2000) Cliff Ecology. Pattern and Process in Cliff Ecosystems. Cambridge Studies in Ecology. Cambridge University Press,Cambridge.

Magalhães GM (1966) Sobre os cerrados de Minas Gerais. Anais da Academia Brasileira de Ciências 38: 59-70.

Martinelli G (1996) Campos de altitude. Index. Rio de Janeiro.

Meirelles ST, Mattos EA & Silva AC (1997) Potential desiccation tolerant vascular plants from southeastern Brazil. Polish Journal of Environmental Studies 6: 17-21.

Meirelles ST, Pivello VR & Joly CA (1999) The vegetation of granite rock outcrops in Rio de Janeiro, Brazil, and the need for its protection. Environmental Conservation 26(1): 10-20.

Moreira AAN & Camelier C (1977) Relevo. In: Geografia do Brasil: Região Sudeste. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Rio de Janeiro. 3:1-50.

Myers N, Mittermeier RA, Mittermeier CG, Fonseca GA & Kent J (2000) Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature 403: 853-858.

Oliveira RB & Godoy SAP (2007). Composição florística dos afloramentos rochosos do Morro do Forno, Altinópolis, São Paulo. Biota Neotropica 7(2): 37-48.

Oliveira-Filho AT & Fontes MAL (2000) Patterns of floristic differentiation amog atlantic forests in southeastern Brazil and influence of climate. Biotropica 32:793-810.

Pirani, JR, Giulietti AM, Mello-Silva R & Meguro M (1994) Checklist and of geographic distribution of the vegetation of Serra do Ambrósio, Minas Gerais, Brazil. Revista Brasileira de Botânica 17:133-148

Pitrez SR (2006) Florística, fitossociologia e citogenética de Angiospermas ocorrentes em inselbergs . Tese de Doutorado. Curso de Pós-graduação em Agronomia, Universidade Federal da Paraíba (UFPB), João Pessoa, PB.

Porembski S & Barthlott W (2000) Granitic and gneissic outcrops (inselbergs) as centers of diversity for desiccation-tolerant vascular plants. Plant Ecology 151:19-28.

Porembski S, Becker U & Seine R (2000). Islands on islands: habitats on inselbergs. In: Porembski, S.; Barthlott, W. (eds.). Inselbergs: biotic diversity of isoleted rock outcrops in tropical and temperate regions. Berlin: Springer-Verlag, pp. 49-67.

Porembski S, Martinelli G, Ohlemüller R & Barthlott W (1998) Diversity and ecology of saxicolous vegetation mats on inselbergs in the Brazilian Atlantic rainforest. Diversity and Distributions 4: 107-119.

Ratter JA, Bridgewater S & Ribeiro JF (2003) Analysis of the floristic composition of the brazilian cerrado vegetation III: Comparison of the woody vegetation of 376 areas. Edinburg Journal of Botany 60 (1): 57-109.

Ribeiro KT (2002) Estrutura, dinâmica e biogeografia de ilhas de vegetação rupícola do Planalto do Itatiaia, RJ. Tese de Doutorado. Curso de Pós-graduação em Ecologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ.

Ribeiro KT (2004) Plantas rupícolas do planalto do Itatiaia: biogeografia, relações com matriz campestre e desafios para conservação. In: 55º Congresso Nacional de Botânica e 26º Encontro Regional de Botânicos de MG, BA e ES. Viçosa: Novo Disc Mídia Digital

Ribeiro SB, Longhi SJ, Brena DA & Nascimento ART (2007) Diversidade e classificação da comunidade arbórea da Floresta Ombrófila Mista da Flona de São Francisco de Paula, RS. Ciência Florestal 17(2):101-108.

Rizzini CT (1963) Nota prévia sobre a divisão fitogeográfica do Brasil. Revista Brasileira de Geografia. Instituto Brasileiro de Geografia Estatística. 1: 64.

Rizzini CT (1979) Tratado de fitogeografia do Brasil Hucitec: São Paulo.

Safford H (1999) Brazilian Páramos I. An introduction to the physical environment and vegetation of the campos de altitude. Journal of Biogeography 26: 693-712.

Seine R, Becker U, Porembski S, Follman G & Barthlott W (1998) Vegetation of inselbergs in Zimbabwe. Edinburgh Journal of Botany 55: 267-293.

Semir J (1991) Revisão taxonômica de Lychnophora Mart. (Vernoniae: Compositae). Tese de Doutorado. Curso de Pós-graduação em Biologia Vegetal, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP.

Veloso HP, Rangel ALR, Lima JCA (1991) Classificação da vegetação brasileira, adaptada a um sistema universal. IBGE, Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais: Rio de Janeiro

Viana PL & Lombardi JA (2007) Florística e Caracterização dos Campos Rupestres sobre canga na serra da Calçada, Minas Gerais, Brasil. Rodriguesia 58 (1): 159-177.

Publicado:

2008-06-06

Downloads

Como Citar

Esgario, C. P., Ribeiro, L. F., & Silva, A. G. (2008). O Alto Misterioso e a vegetação sobre rochas em meio à Mata Atlântica, no Sudeste do Brasil. Natureza Online, 6(2), 55–62. Recuperado de https://naturezaonline.com.br/revista/article/view/429