A morfologia de fruto na diagnose de espécies do gênero Clusia L. ocorrentes no Estado do Espírito Santo, Brasil

Autores

  • Júlia R Riguete Universidade Vila Velha
  • Lorena T P Silva Universidade Vila Velha
  • Victor F. Ramalho Universidade Vila Velha
  • Ary G Silva Universidade Vila Velha

Resumo

A morfologia de frutos é usada na distinção de gêneros próximos, como Clusia e Tovomita. As descrições foram feitas com frutos e sementes frescos ou fixados em FAA, acrescido de glicerina a 20%. O material botânico consultado foi o da coleção dos Herbários da Reserva Natural da Vale do Rio Doce (CVRD), do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RB), do Museu de Biologia Mello Leitão (MBML) e da Universidade Federal do Espírito Santo (VIES). Em Clusia o fruto é uma cápsula que pode ser 4-n carpelar, com pelo menos 2 sementes por loja no fruto. O pericarpo é carnoso e, efetivada a deiscência, uma coluna se mantém ereta, em posição central, no fruto. A técnica convencional de prensagem e secagem de material botânico traz prejuízos à morfologia real do fruto, bem como obscurece a região da deiscência, o que vem dificultar o estabelecimento de conclusões mais seguras. Por serem em sua maioria vegetais dioicos, muitas espécies terem sido criadas baseadas apenas em um dos sexos, ficando o outro desconhecido. A metodologia a ser empregada na preparação das amostras de material botânico é de importância crucial. Os frutos precisam ter suas estruturas conservadas de forma mais próxima à natural possível. Detalhes devem ser apreendidos dos frutos antes da deiscência e depois dela. No gênero Clusia, pelo menos no que diz respeito às espécies estudadas, ocorrem cápsulas septicidas e septifragas, da mesma forma que existem aquelas nas quais dois tipos se combinam, demonstrando que aquelas duas formas de deiscência são extremos e podem ser encontradas formas intermediárias. No que se refere à semente, prefere-se denominar a massa carnosa que a acompanha como arilo, enquanto estudos mais detalhados de ontogenia não forem realizados.

Palavras-chave:

Diasporos, taxonomia, Clusiaceae, Guttiferae

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Biografia do Autor

Júlia R Riguete, Universidade Vila Velha

Laboratório de Ecologia Funcional. Progrmama de Pós-graduação em Ecologia de Ecossistemas Universidade Vila Velha-ES – UVV. Bolsista FAPES de Mestrado.

Lorena T P Silva, Universidade Vila Velha

Laboratório de Ecologia Funcional. Progrmama de Pós-graduação em Ecologia de EcossistemasUniversidade Vila Velha-ES – UVV; Bolsista FAPES de Doutorado.

Victor F. Ramalho, Universidade Vila Velha

Laboratório de Ecologia Funcional. Progrmama de Pós-graduação em Ecologia de Ecossistemas Universidade Vila Velha-ES – UVV; Bolsista FAPES de Mestrado.

Ary G Silva, Universidade Vila Velha

Laboratório de Ecologia Funcional. Progrmama de Pós-graduação em Ecologia de Ecossistemas Universidade Vila Velha-ES – UVV; Bolsista FUNADESP de produtividade em pesquisa.

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Publicado:

2012-07-07

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Como Citar

Riguete, J. R., Silva, L. T. P., Ramalho, V. F., & Silva, A. G. (2012). A morfologia de fruto na diagnose de espécies do gênero Clusia L. ocorrentes no Estado do Espírito Santo, Brasil. Natureza Online, 10(3), 126–135. Recuperado de https://naturezaonline.com.br/revista/article/view/309

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