Perfil dos pacientes com necessidades especiais atendidos na Faculdade de Odontologia da Escola Superior São Francisco de Assis

Autores/as

  • Alessandra Dossi Pinto Escola Superior São Francisco de Assis
  • Isabela Coser Escola Superior São Francisco de Assis
  • Rízia Gumz Kester Escola Superior São Francisco de Assis
  • Gabriela Furlan Furtado Escola Superior São Francisco de Assis

Resumen

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que cerca de um bilhão de pessoas no mundo convivam com alguma forma de deficiência, algo em torno de 15% da população mundial. Pacientes com Necessidades Especiais (PNE) possuem problemas odontológicos frequentes, como cárie e gengivite, muitas vezes justificado pela incapacidade de higienização oral, por dificuldades físicas ou cognitivas. Traçar o perfil dos PNEs atendidos na disciplina de Estágio Supervisionado em Clínica Integrada para Pacientes Especiais e Odontogeriatria I e II, da clínica odontológica da Escola Superior São Francisco de Assis (ESFA). A coleta de dados foi realizada a partir dos prontuários dos pacientes atendidos no período de 2011 a 2017, sendo obtidas informações em relação a idade, sexo, cor, cuidados do paciente, procedência, período gestacional, tipo de parto, diagnóstico clínico, drogas de uso contínuo, procedimentos realizados e encaminhamento para atendimento em ambiente hospitalar. Dos 388 prontuários analisados, 57% corresponderam ao sexo masculino e 42% ao sexo feminino. A idade dos pacientes variou de 03 a 93 anos com média de 25,37 (± 15,61). Apenas 20,1% dos pacientes (n=78) eram procedentes do município de Santa Teresa, sede da faculdade, e os demais distribuíram-se por diversas regiões do estado do Espírito Santo. Sobre o perfil dos pacientes atendidos, percebeu-se que 61 (15,7%) apresentavam diagnóstico de paralisia cerebral, 59 (15,2%) deficiência intelectual, seguido por epilepsia 42 (10,8%), desvios socais 36 (9,3%) e transtorno do aspecto autista 24 (6,1%). Dentre os defeitos congênitos, a síndrome de Down foi a mais prevalente com 29 casos (7,5%). Apenas 61 pacientes (10,8%) afirmaram não fazer uso de medicamentos. Os que utilizavam destacaram-se as classes das drogas antipsicóticos (22,9%/ n=130), seguidos pelos anticonvulsivantes (13,4%/ n=75), benzodiazepínicos (9,7%/ n=55), antidepressivos (7,5%/ n=43) e anti-hipertensivos (6,1%/ n=35). Quanto às necessidades odontológicas dos pacientes, 214 foram submetidos a procedimentos restauradores, 191 a aplicação tópica de flúor, 172 a profilaxias, 169 a exames radiográficos, 142 a tratamentos periodontais, 142 a exodontias, 28 a endodontias, 11 a próteses, 41 a outros procedimentos. Apenas 4% precisaram ser encaminhados para atendimento em ambiente hospitalar. Os pacientes que necessitaram de tratamento odontológico especializado, em sua maioria, foram jovens do sexo masculino com diagnóstico de paralisia cerebral, onde praticamente todos fazem uso de algum tipo de medicamento, destacando-se os antipsicóticos. Os procedimentos restauradores foram as maiores necessidades odontológicas.

Palabras clave:

Perfil de Saúde, Assistência Odontológica para Pessoas com Deficiências, Pessoas com Deficiência

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Cómo citar

Pinto, A. D., Coser, I., Kester, R. G., & Furtado, G. F. (2018). Perfil dos pacientes com necessidades especiais atendidos na Faculdade de Odontologia da Escola Superior São Francisco de Assis. Natureza Online, 16(3), 048–023. Recuperado a partir de https://naturezaonline.com.br/revista/article/view/469