Análise da sensibilidade física da Área de Proteção Ambiental do Goiapaba-Açú (Fundão-ES)

subsídios ao zoneamento ambiental

Resumen

Um dos potenciais que têm sido evidenciados na região serrana do Espírito Santo é a exploração do turismo, em oposição ao uso intensivo dessas áreas montanhosas e de solos poucos férteis para a agricultura, a qual gradativamente vem degradando seus recursos naturais. O presente trabalho objetivou a identificação da sensibilidade física da APA do Goiapaba-Açú no município de Fundão (ES), como forma de subsidiar seu zoneamento ambiental. A APA destaca-se como um remanescente de vegetação de Mata Atlântica, apresentando importância local na manutenção do clima, da qualidade do solo e da água local, assim como tem importância regional, no sentido de estabelecer uma rede de fragmentos de vegetação natural que possibilite uma conexão efetiva na paisagem. Utilizando-se técnicas de geoprocessamento e de sensoriamento remoto, digitalizou-se em tela os dados adquiridos junto à SEAMA e às cartas do IBGE de Aracruz e Colatina, escala 1:50.000, no Sistema de Informações Geográficas SPRING 3.4 for Win- dows. A análise dos dados evidenciou que a área de estudo possui uma predominância de solos do tipo Latossolo, bem como afloramentos rochosos do Pré-Cambriano. Foram identificados os elementos geológicos e geomorfológicos e a sua sensibilidade potencial. O mosaico da paisagem mostrou-se composto por áreas com cobertura vegetal (vegetação arbórea) predominando em 3.134,27 ha (89%) e uma área descoberta de 390,90 ha (11%) considerada como desmatamento recente ou agricultura. As unidades ecodinâmicas resultaram em duas classes: sensibilidade potencial (3.134,22 ha) e sensibilidade emer- gente (391,51 ha) com quatro graus de sensibilidade para cada unidade (baixa, média baixa, média alta, alta). Por fim concluiu-se que a APA do Goiapaba-Açú apresenta, de modo geral, uma elevada sensibilidade natural com relação ao substrato físico, indicando a necessidade da implantação de estratégias que minimizem os riscos de movimentos de massa, essencialmente pela proteção da sua cobertura vegetal natural.