Expressão sexual e as relações espaciais de vizinhança na reprodução sexuada em populações vegetais

Autores/as

  • Júlia R Riguete Universidade Vila Velha
  • Anneleese C Rangel Universidade Vila Velha
  • Ary G Silva Universidade Vila Velha

Resumen

A forma como as plantas se reproduzem tem sido importante para a caracterização e o entendimento do funcionamento das comunidades. Os estudos de biologia reprodutiva compõem uma eficiente ferramenta para a conservação e manejo das espécies de plantas. Padrões de expressão sexual estão fortemente relacionados com a distribuição dos gametófitos pelos morfos populacionais. Os sistemas sexuais comuns em plantas vasculares são o sistema sexual homóico e o heteróico. O primeiro apresenta com um único morfo de expressão sexual de flores hermafroditas (monóclinas); e o segundo, pode ser representado por um morfo monóico, com gametófitos separados em flores distintas (díclinas) no mesmo indivíduo ou por uma mistura de flores monóclinas e díclinas distribuídas no mesmo morfo, e por morfos apresentando desde a dioicia, caracterizada pela existência de dois morfos de flores díclinas, passando respectivamente pela androdioicia, a ginodioicia e a trioicia. Formas sexuais distintas podem ser mais ou menos eficientes na produção de gametas, o que depende da biologia da espécie. O número total de gametas produzidos por um indivíduo pode influenciar a chance de sucesso de cada gameta, dependendo do mecanismo de polinização e dispersão de pólen e sementes. Desta forma, muito se questiona a respeito da evolução da dioicia, acerca da sua relação com as condições ecológicas. Em uma população de plantas, a distribuição espacial pode ser considerada um dos fatores que afetam o sistema de acasalamento, que através dos mecanismos de dispersão de sementes e pólen, são capazes de exercer grande consequência na estrutura espacial. Além disso, estrutura e processo podem estar intrinsecamente ligados e associados à influência de fatores ecológicos que afetam a reprodução, a dispersão e o tamanho do grupo de vizinhança, tornando-se particularmente importantes nesta determinação.

Palabras clave:

hermafroditismo, homoicia, heteroicia, monoicia, dioicia

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Júlia R Riguete, Universidade Vila Velha

Bolsista UVV de Iniciação Científica; Programa de Pós-graduação em Ecologia de Ecossistemas; Bolsista de Mestrado FAPES; Universidade Vila Velha - UVV.

Anneleese C Rangel, Universidade Vila Velha

Bolsista UVV de Iniciação Científica; Universidade Vila Velha - UVV.

Ary G Silva, Universidade Vila Velha

Programa de Pós-graduação em Ecologia de Ecossistemas; Professor Titular V, bolsista FUNADESP de Produtividade em Pesquisa; Universidade Vila Velha - UVV.

Citas

Amorim FW, Oliveira PE (2006). Estrutura sexual e ecologia reprodutiva de Amaioua guianensis Aubl. (Rubiaceae), uma espécie dioica de formações florestais de cerrado. Revista Brasileira de Botânica 29: 353-362.

Araújo F.P., Farias, Y.E.F. e Oliveira, P.E. 2011. Biologia floral e visitantes de Gaylussacia brasiliensis (Spr.) Meissner (Ericaceae) - uma espécie com anteras poricidas polinizada por beija-flores. Acta Botanica Brasilica 25: 387-394.

Assis AM, Pereira OJ, Thomaz LD (2004) Fitossociologia de uma floresta de restinga no Parque Estadual Paulo César Vinha, Setiba, município de Guarapari (ES). Revista Brasileira de Botânica. 27: 349-361.

Barrett SCH, Harder LD (1996) Ecology and evolution of plant mating. TREE 2: 73-79.

Beduschi, T, Castellani, T.T. 2008. Estrutura populacional de Clusia criuva Cambess. (Clusiaceae) e relação espacial com espécies de bromélias no Parque Municipal das Dunas da Lagoa da Conceição, Florianópolis, SC. Biotemas. 21: 41-50.

Camargo TCC, Novaes LL, Magenta MAG, Moura C, Pastore JA (2009) Caracterização do estágio sucessional da vegetação da restinga da Vila Barra do Uma, Peruíbe- SP. Instituto Florestas Série Registros 40: 83- 87.

Cesário LF, Gaglianone MC (2008) Biologia floral e fenologia reprodutiva de Schinus terebinthifolius Raddi (Anacardiaceae) em Restinga do Norte Fluminense. Acta Botanica Brasilica 22: 828-833.

Charleswort D, Charleswort B (1978) Population genetics of partial male- sterility and the evolution of monoecy and dioecy. Hereditty 41: 137-153.

Charlesworth D (2006) Evolution of plant breeding system. Current Biolog y 16: R726–R735.

CONAMA (1996) Resolução n° 07, de 23 de julho de 1996. Aprova os parâmetros básicos para análise da vegetação de restinga no Estado de São Paulo. Diário Oficial da União 165: 16386-16390.

Cruden RW, Lloyd RM (1995) Embryophytes have equivalent sexual phenotypes and breeding systems: why not a common terminology to describe them? American Journal of Botany 82: 816-825.

Dornier D, Munoz F, Cheptou PO (2008) Allele effect and self- fertilization in hermaphrodites: reproductive assurance in a structured metapopulation. Evolution 62: 2558–2569.

Gleiser G, Verdú M (2004) Repeated evolution of dioecy from androdioecy in Acer. New Phytologist 165: 633-640.

Goldberg EE, Kohn JR, Lande R, Robertson KA, Smith SA, Igic B (2010) Species selection maintains self-incompatibility. Science330: 493-495.

Guedes D, Barbosa LM, Martins SE (2006) Composição florística e estrutura fitossociológica de dois fragmentos de floresta de restinga no Município de Bertioga, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica. 20: 299-311.

Gusson E, Sebbenn AM, Kageyama PY (2005). Diversidade e estrutura genetica espacial em duas populações de Eschweilera ovata. Scientia Forestalis 67: 123-135.

Hereford J (2010) Does selfing or outcrossing promote local adaptation? American Journal of Botany 97: 298–302.

Karron JD, Holmquist KG, Flanagan RJ, Mitchell RJ (2009) Pollinator visitation patterns strongly influence among-flower variation in selfing rate. Annals of Botany 103: 1379–1383.

Klein AS, Zanette VC, Santos R (2007) Florística e estrutura comunitária de restinga herbácea no município de Araranguá, Santa Catarina. Biotemas. 20: 15-26.

Kudo G, Harder LD (2005) Floral and inflorescence effects on variation in pollen removal and seed production among six legume species. Functional Ecolog y 19: 245–254.

Lenzi M, Orth AI (2004) Fenologia reprodutiva, morfologia e biologia floral de Schinus terebinthifolius Raddi (Anacardiaceae), em restinga da Ilha de Santa Catarina, Brasil. Biotemas 17: 67-89.

Lopes L, Buzato S (2005) Biologia reprodutiva de Psychotria suterella Muell. Arg. (Rubiaceae) e a abordagem de escalas ecológicas para a fenologia de floração e frutificação. Revista Brasileira de Botânica 28: 785-795.

Lourenço JJ, Cuzzuol GRF (2008) Caracterização de solos de duas formações de restinga e sua influência na constituição química foliar de Passiflora mucronata Lam. (Passifloraceae) e Canavalia rosea(Sw.) DC. (Fabaceae)1. Acta Botanica Brasilica 23: 239-246.

Martins PS (1987) Estrutura populacional, fluxo gênico e conservação “in situ”. Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais 35: 71-78.

Matallana G, Wendt T, Araújo DSD, Scarano FR (2005) High abundance of dioecious plants in a tropical coastal vegetation American Journal of Botany 92: 1513-1519.

Maun MA (1994) Adaptations enhancing survival and establishment of seedlings on coastal dune systems. Vegetatio 111: 59-70.

Maurice S, Belhassenj E, Couvet D, Gouyon PH (1993) Evolution of dioecy: can nuclear cytoplasmic interactions select for maleness? Heredity 73: 346-354.

Montezuma RCM, Araújo DSD (2007) Estrutura da vegetação de uma Restinga Arbustiva Inundável no Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, Rio de Janeiro. Pesquisas Botânica 58: 157-176.

Nanami S, Kawaguchi H, Yamakura T (1999). Dioecy- induced spatial patterns of two codominant tree species, Podocarpus nagi and Neolitsea aciculate. Journal of Ecolog y 87: 678-687.

Nogueira EML, Arruda VLV (2006) Fenologia reprodutiva, polinização e sistema reprodutivo de Sophora tomentosa L. (Leguminosae- Papilionoideae) em restinga da praia da Joaquina, Florianópolis, sul do Brasil. Biotemas 19: 29-36.

Renner SS, Ricklefs RE (1995) Dioecy and its correlates in the flowering plants. American Journal of Botany 82: 596-606.

Richards AJ (1997) Plant breeding systems. 2 ed. London, George Allen e Unwin.

Santana WMS, Mann RS, Ferreira RA, Blank MFA, Blank AF, Poderoso JCM (2009) Morfologia de flores, frutos e sementes de pau-pombo (Tapirira guianensis Aublet- Anacardiaceae) na região de São Cristóvão, SE, Brasil. Scientia Forestalis 37: 047-054.

Scherer A, Maraschin-Silva F, Baptista LRM (2005) Florística e estrutura do componente arbóreo de matas de Restinga arenosa no Parque Estadual de Itapuã, RS, Brasil. Acta Botanica Brasilica 19: 717-726.

Scherer A, Silva MF, Baptista LRM (2007) Regeneração arbórea num capão de restinga no Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia, Série Botânica 62: 89-98.

Schoen, D.J. e Busch, J.W. 2008. On the evolution of self-fertilization in a metapopulation. International Journal of Plant Sciences 169: 119–127.

Sigiliano MI, Freitas L (2009) Sistemas sexuais de espécies arbóreas em mata atlântica Montana. In: Anais do IX Congresso de Ecologia do Brasil. São Lourenço, Minas Gerais.

Silva AG, Pereira MFPA (2005) Sistemas de reprodução e sua abordagem populacional em plantas vasculares. Natureza on line 3: 30-40.

Silva LMM, Aguiar IB, Viégas RA, Mendonça IFC (2006) Biologia reprodutiva de Cnidosculus juercifolius Pax e K. Hoffm (Euphorbiaceae). Revista de Biologia e Ciências da Terra 6: 2-34.

Silva SSL, Zickel CS, Cestaro LA (2008) Flora vascular e perfil fisionômico de uma restinga no litoral sul de Pernambuco, Brasil. Acta Botanica Brasilica 22: 1123-1135.

Soares TN, Chaves LJ, Telles MPC, Diniz JAF, Resende LV (2008) Distribuição espacial da variabilidade genética intrapopulacional de Dipteryx alata. Pesquisa Agropecuária Brasileira 43: 1151-1158.

Sousa VA, Hattemer HH (2003) Fenologia reprodutiva da Araucaria angustifólia no Brasil. Boletim de Pesquisas Florestais Colombo 4: 19-32.

Stehlik I, Caspersen JP, Barrett SCH (2005) Spatial ecology of mating success in a sexually polymorphic plant. Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences 273: 387-394.

Cómo citar

Riguete, J. R., Rangel, A. C., & Silva, A. G. (2012). Expressão sexual e as relações espaciais de vizinhança na reprodução sexuada em populações vegetais. Natureza Online, 10(4), 170–174. Recuperado a partir de https://naturezaonline.com.br/revista/article/view/328

Artículos más leídos del mismo autor/a

<< < 1 2 3 4 5 6 7 8 > >>