Efeito do ácido giberélico (GA3) e da luz na germinação in vitro de sementes de Cattleya warnerii T. Moore

Autores/as

  • Vitor C. A. Leite Escola Superior São Francisco de Assis
  • Selma A. Hebling Escola Superior São Francisco de Assis

Resumen

A família Orchidaceae é uma das maiores e com ampla distribuição, abrangendo espécies epífitas, humícolas ou litófitas. Em geral, as epífitas possuem muitas adaptações a condições de estresse ambiental, possuindo sementes ínfimas que de modo natural germinam mediante a simbiose com fungos micorrízicos rizoctonióides o que caracteriza o cultivo simbiótico. Floricultores têm propagado várias espécies in vitro utilizando meio de cultura asséptico. As sementes de orquídeas germinam muito lentamente e vários reguladores de crescimento como auxinas e citocininas, como também fotoperíodos têm sido utilizados para acelerar esse processo. As giberelinas são fitorreguladores que aceleram a germinação de várias espécies vegetais propiciando um aumento na produção de hidrolases que degradam a camada de aleurona de sementes com endosperma. O objetivo do presente trabalho foi verificar o efeito das concentrações de 5, 10 e 20mg.l-1 de ácido giberélico (GA3), bem como a influência da luz contínua, do fotoperíodo de 16 horas e da ausência de luminosidade sobre o processo germinativo de sementes de Cattleya warnerii T. Moore, além disso, foi analisada a interação entre os regimes de luz e os meios de cultura com as diferentes concentrações de GA3 utilizados. Foram feitas quatro repetições para cada tratamento sendo inoculadas aproximadamente 10.425 sementes por frasco. A iluminação foi feita com duas lâmpadas fluorescentes do tipo ”luz do dia” e a temperatura foi a do ambiente, cuja média durante o período do experimento permaneceu em torno de 26°C. A germinação ocorreu em todos os tratamentos, com diferença significativa apenas para o regime escuro, que apresentou os menores valores de porcentagem de germinação. As sementes de C.warnerii se comportaram como indiferentes a luz e o ácido giberélico (GA3) favoreceu a germinação somente na ausência de luminosidade.

Palabras clave:

Orchidaceae, Cattleya warnerii, Germinação, Luz, Ácido giberélico

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

Abreu MEP & Garcia QS (2004) Efeito da luz e da temperatura na germinação de sementes de quatro espécies de Xyris l. (Xyridaceae) ocorrentes na Serra do Cipó, MG, Brasil. Acta Botanica Brasílica. 19 (1): 149-154.

Araújo Neto JC, Aguiar IB, Ferreira VM & Rodrigues TJD (2002) Temperaturas cardeais e efeito da luz na germinação de sementes de Mutumba. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental. 6: 460-465.

Araújo Neto JC, Aguiar IB, Ferreira VM & Rodrigues TJD (2005) Armazenamento e requerimento fotoblástico de sementes de Acacia polyphylla DC. Revista Brasileira de Sementes. 27: 155-124.

Arditti J (1967) Factors affeting the germination of orchid seeds. The Botanical Review. 33: 1-97.

Arditti J (1979) Aspects of the physiology of orchids. Advances in Botanical Research. 7: 421-655.

Arditti J, Clements G, Fast G, Hadley G, Nishimura G & Ernest R (1982) Orchid seed germination and seedling culture - a manual. In: Arditti J (Ed.). Orchid biology: reviews and perspectives II. New York: Cornell University Press, pp 243-270.

Arditti J, Ernst R, Yam TW & Glabe C (1990). The contributions of orchid mycorhrizae fungi to seed germination: a speculative review. Lindleyana. 5(4): 249-255.

Aoyama EM, Ono EO & Furlam MR (1996) Estudo da germinação de sementes de lavanda (Lavandula angustifolia Miller).Scientia Agrícola. 53: 267-272.

Arteca RD (1996) Plant growth substances: principles and applications. New York: Chapman & Hall, p. 332.

Atwood JT (1986) The size of the Orchidaceae and the systematic distribution of epiphytic orchids. Selbyana. 9: 171-186.

Bai Y & Romo JT (1995) Seedling emergence of Artemisia frigida in relation to hydration-dehydration cycles and seedbed characteristics. Journal of Arid Environments. 30: 57-65.

Barros F (1990) Diversidade taxonômica e distribuição das Orchidacea brasileiras. Acta Botanica Brasílica. 4: 177- 187.

Barros SSU, Silva A & Aguiar IB (2005) Germinação de sementes de Gallesia integrifolia (Spreng.) Harms (pau-d’alho) sob diferentes condições de temperatura, luz e umidade do substrato. Revista Brasileira de Botânica. 28: 727-733.

Benzing DH, Ott DW & Friedman WE (1982) Roots of Sobralia macrantha (Orchidaceae): structure and function of the velamen-exodermis complex. American Journal of Botany. 69:608-614.

Borges EEL & Rena AB (1993) Germinação de sementes. In : Aguiar IB, Pinã-Rodrigues FCM & Figliolia MB (Coord.) Sementes florestais tropicais. Brasília: Abrantes, pp 83-135.

Cabral EL, Barbosa DCA & Simabukuro EA (2003) Armazenamento e germinação de sementes de Tabebuia aurea (Manso) Benth. & Hook. F.EX.S. Moore. Acta Botanica Brasílica. 17(4): 609-617.

Carvalho NM & Nakagawa J (2000) Sementes: ciência, tecnologia e produção. Jaboticabal: FUNEP, p 588.

Davies PJ (1994) Plant hormones: their role in plant growth and development. New York: Nijhoff Publishers.

Dressler RL (1981) The orchids and classification. Harvard:Harvard University Press, p. 332.

Ferreira G, Seidel GO & Verona MM ( 2001) Efeito de fitorreguladores na germinação de sementes de Atemóia (Annona cherimola Mill. X Annona squamosa L.). In: Anais do VIII Congresso Nacional de Fisiologia Vegetal, Ilhéus, BA.

Fredrikson M (1990) Embriological study of Herminium monorchis (Orchidaceae) using confocal scanning laser microscopy. American Journal Of Botany. 7:123-127.

Godoi S & Takaki M (2005) Efeitos da temperatura e a participação do fitocromo no controle da germinação de sementes de Embaúba. Revista Brasileira de Sementes. 27: 87-90.

Hebling SA (1997) Aspectos ecofisiológicos da germinação de sementes de Enterolobium contortisiliquum (Vellozo) Morong. Tese de Doutorado em Ciências. Curso de pós-graduação em Ecologia e Recursos Naturais, Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), São Carlos, SP.

Hew CS & Clifford PE (1993) Plant growth regulators and the orchid cut-flower industry. Plant Growth Regulation. 13:231-239.

Hewitt N (1998) Seed size and shade-tolerance: a comparative analysis of North American temperate trees. Oecologia. 114: 432-440.

Hooley R (1994) Gibberellins: perception, transduction and responses. Plant Molecular Biology. 26: 1529-1555.

Kendrick RE (1976) Photocontroll of seed germination. Science Progress. 63: 347-367.

Kerbauy GB (1988) Estudo da formação in vitro de estruturas semelhantes a protocormos a partir de células meristemáticas de raízes de Oncidium varicosum Lindl.Tese (Livre-Docência, Área de Botânica) - Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo ( USP), São Paulo, SP.

Khan AA (1971) Cytokinins: Permissive role in seed germination. Science. 171: 853-859.

Lopes JC, Capucho MT, Martins Filho S & Repossi PA (2005) Influência da temperatura, substrato e luz na germinação de sementes de Bertalha. Revista Brasileira de Sementes. 27: 18-24.

Menezes NL, Franzini SM, Roversi T & Nunes EP (2004) Germinação de sementes de Salvia splendens Sellow em diferentes temperaturas e qualidade de luz. Revista Brasileira de Sementes. 26: 32-37.

Menezes NL, Santos OS, Nunes EP & Schmidt D (2000) Qualidade fisiológica de sementes se alface submetidas a diferentes temperaturas na presença e ausência de luz. Ciência Rural. 30: 941-945.

Metivier JR (1986) Citocininas e giberelinas. In: Ferri MG Fisiologia vegetal. São Paulo: EDUSP, pp 93-162.

Milaneze MA (1997) Estudos em orquídeas nativas do Brasil: Morfologia de sementes e cultivo assimbiótico. Tese de Doutorado em Biologia Vegetal, Instituto de Biociências, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, SP.

Oliveira PG & Garcia QS (2005) Efeitos da luz e da temperatura na germinação de sementes de Syngonanthus elegantulus Ruhland, S. elegans (Bong.) Ruhland e S. venustus Silveira (Eriocaulaceae). Acta Botanica Brasílica. 19(3): 639-645.

Pabst GFJ & Dungs F (1975) Orchidaceae Brasiliensis vol. 1.Hildesheim: Brücke-Verlag.

Passos IRS, Matos GVC, Meletti LMM, Scott MDS, Bernacci LC & Vieira MAR (2004) Utilização do ácido giberélico para a quebra de dormência de sementes de Passiflora nitida Kunth germinadas in vitro. Revista Brasileira de Fruticultura. 26: 380-381.

Perez SCJGA, Fanti SC & Casali CA (2001) Influência da luz na germinação de sementes de Canafístula submetidas ao estresse hídrico. Bragantia. 60(3): 155-166.

Pinheiro CSR, Medeiros DN, Macedo CEC & Alloufa MAI (2001) Germinação in vitro de Mangabeira ( Hancornia speciosa Gómez) em diferentes meios de cultura. Revista Brasileira de Fruticultura. 23: 413-416.

Rasmussen H, Johansen B, Andersen TF (1989) Density-dependent interation between seedling of Dactylorhiza majalis (Orchidaceae) in symbiotic in vitro culture. Physiologia Plantarum. v. 77, p. 473-8.

Richards DE et al. (2001) How gibberellin regulates plant growth and development: a molecular genetic of gibberellin signaling. Annual Review of Plant Physiology and Plant Molecular Biology. 52: 67-88.

Roberts EM & Smith RD (1977) Dormancy and the pentose pathway. In: A.A. KHAN, (Eds.) The physiology and biochemistry of seed dormancy and germination. Amsterdam: Elsevier, pp 385-441.

Ruschi A (1986) Orquídeas do Estado do Espírito Santo. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura.

Sabá RT, Lameira OA, Luz JMQ, Gomes APR & Innecco R (2002) Micropropagação do jaborandi. Horticultura Brasileira. 20: 106-109.

Santana DG & Ranal MA (2004) Análise da germinação: um enfoque estatístico. Brasília: Editora UNB, p 247.

Scalon SPQ, Mussury RM, Gomes AA, Silva KA, Wathier F & Scalon Filho H (2006) Germinação e crescimento inicial da muda de Orelha-de-macaco (Enterolobium contortisiliqunn (Vell.) Morong): efeito de tratamentos químicos e luminosidade. Revista Árvore. 30: 529-536.

Scalon SPQ, Scalon Filho H & Rigoni MR (2004) Armazenamento e germinação de sementes de Uvaia (Eugenia uvalha Cambess). Ciência e Agrotecnologia. 28: 1228-1234.

Silva W (1986) Cultivo de orquídeas no Brasil. São Paulo: Nobel. Silveira FAO, Negreiros D & Fernandes W (2004) Influência da luz e da temperatura na germinação de sementes de Marcetia taxifolia (A.St.-Hil.) DC. (Melastomataceae). Acta Botanica Brasílica. 18(4): 847-851.

Stefanello R, Garcia DC, Menezes NL, Muniz MFB & Wrasse CF (2006) Efeito de luz, temperatura e estresse hídrico no potencial fisiológico de sementes de Funcho. Revista Brasileira de Sementes. 28: 135-141.

Taiz L & Zeiger E (1991) Plant Physiology. Califórnia: The Benjamin Cummings, pp 559-565.

Vázquez-Yanes C & Orozco-Segovia A (1991) Seed viability, longevity and dormancy in a tropical rain forest. In: Figliolia MB (Coord.) Anais do II Simpósio Brasileiro sobre Tecnologia de Sementes Florestais. São Paulo.

Velten SB & Garcia QS (2005) Efeitos da luz e da temperatura na germinação de sementes de Eremanthus (Asteraceae), ocorrentes na Serra do Cipó, MG,Brasil. Acta Botanica Brasilica 19(4): 753-761.

Veyret I (1974) Development of the embryo and the young seedling stages of orchids. In: WITHNER, C. L. (Ed.). The orchids: a scientific studies. New York: Wiley-Interscience, pp 224-265.

Wachowicz CM & Carvalho RIN (2002) Fisiologia vegetal. Produção e pós colheita. Curitiba: Champagnat, p 423.

Yamaguchi S & Kamiya Y (2002) Gibberellins and light-stimulated seed germination. Journal of Plant Growth Regulation. New York, pp 369-376.

Zucarelli C, Castro MM, Oliveira HR, Brancalião SR, Rodrigues JD, Ono EO & Boaro CSF (2003) Fitorreguladores e germinação de sementes de maracujá doce em condições de laboratório. Scientia Agrária. 4: 9-14.

Cómo citar

Leite, V. C. A., & Hebling, S. A. (2007). Efeito do ácido giberélico (GA3) e da luz na germinação in vitro de sementes de Cattleya warnerii T. Moore. Natureza Online, 5(2), 55–62. Recuperado a partir de https://naturezaonline.com.br/revista/article/view/279

Artículos más leídos del mismo autor/a