Bases da associação micorrízica orquidóide

Autores

  • Romulo F Boldrini Centro Universitário Vila Velha
  • Wolmen O Santos Centro Universitário Vila Velha
  • Zilma MA Cruz Centro Universitário Vila Velha
  • Alessandro C Ramos Centro Universitário Vila Velha

Resumo

A família Orchidaceae é a maior dentre todas as monocotiledôneas. Suas espécies têm despertado alto interesse econômico e científico. Por possuírem sementes diminutas e com poucas reservas, em ambiente natural as orquídeas associam-se simbioticamente com fungos micorrízicos e dependem totalmente destes simbiontes para que tenha condições de germinar e se desenvolver. Estes fungos penetram nas células das raízes e formam estruturas características denominadas pelotons, que fornecem açúcares simples para o embrião. Todas as orquídeas são dependentes de fungos micorrízicos em algum estágio de vida e algumas dependem destes fungos em todos os estágios do ciclo de vida. Estes endossimbiontes fornecem ou potencializam a absorção de nutrientes orgânicos e inorgânicos pelas orquídeas. As micorrizas que se associam às Orchidaceae são do grupo Rhizoctonia-like, cujas fases sexuais (teleomorfos) são raramente encontradas no campo ou em laboratório. Deste modo, a taxonomia e sistemática destes fungos são feitas com base nas fases assexuais (anamorfos). Análises moleculares, como o sequenciamento da região ITS, também são empregadas na diferenciação de gêneros e espécies fúngicas. As micorrizas orquidóides também tem sido utilizada em estudos sobre eficiência na promoção da germinação de sementes em laboratório, que podem resultar em programas de reintrodução de espécies ameaçadas.

Palavras-chave:

Rhizoctonia-like, Orchidaceae, micorrizas orquidóies, simbiose micorrízica

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Romulo F Boldrini, Centro Universitário Vila Velha

Graduação em Ciências Biológicas.

Wolmen O Santos, Centro Universitário Vila Velha

Mestrado em Ecologia de Ecossistemas.

Zilma MA Cruz, Centro Universitário Vila Velha

Mestrado em Ecologia de Ecossistemas; Professor Tiitular I, bolsista de Produtividade FUNADESP.

Alessandro C Ramos, Centro Universitário Vila Velha

Mestrado em Ecologia de Ecossistemas; Professor Titular I, bolsista de Produtividade FUNADESP.

Referências

Allen MF (1991) The ecolog y of mycorrhizae. Cambridge: Cambridge University Press.

Cameron DD, Johnson I, Leake JR, Read DJ (2007) Mycorrhizal acquisition of inorganic phosphorus by the green-leaved terrestrial orchid Goodyera repens. Annals of Botany 99: 831-834.

Currah RS, Zelmer CD (1992) A key and notes for the genera of fungi mycorrhizal with orchids and a new species in the genus Epulorhiza. Reports of the Tottori Mycological Institute 30: 43-59.

Dearnaley J (2007) Further advances in orchid mycorrhizal research. Mycorrhiza 17: 475-486.

Garcia VG, Onco MAP, Susan VR (2006) Review. Biology and Systematics of the form genus Rhizoctonia. Spanish Journal of Agricultural Research 4: 55-79.

Giulietti AM, Harley RM, Queiroz LP, Wanderley MGL, Van Den Berg C (2005) Biodiversity and conservation of plants in Brazil. Conservation Biolog y 19: 632-639.

Harrison MJ (1998) Development of the arbuscular mycorrhizal symbiosis. Current Opinion in Plant Biolog y 4: 360-365.

Hayakawa S, Uetake Y, Ogoshi A (1999) Identification of symbiotic Rhizoctonias from naturally occurring protocormos and roots of Dactylorhiza aristata. Journal of the Faculty of Agriculture, Hokkaido University 69: 129-141.

Joly AB (2002) Botânica: Introdução à taxonomia vegetal. São Paulo: Companhia Editora Nacional.

Kristiansen KA, Rasmussen FN, Rasmussen HN (2001) Seedlings of Neuwiedia (Orchidaceae: subfamily Apostasioideae) have typical orchidaceous mycotrophic protocorms. American Journal of Botany 88: 956-959.

Machado EF (2008) História do patrimônio natural do Espírito Santo: Orquídeas: livro documental. Rio de Janeiro: Documenta Histórica.

Masuhara G, Katsuya K (2004) In situ and in vitro specificity between Rhizoctonia spp. and Spiranthes sinensis (Persoon) Ames. var. amoena (M. Bieberstein) Hara (Orchidaceae). New Phytologist 127: 711-718.

Molvray M, Kores JP (1995) Character analysis of the seed coat in Spiranthoideae with special reference to the Diurideae (Orchidaceae). American Journal of Botany 82: 1443-1453.

Moore RT (1987) The genera of Rhizoctonia-like fungi: Ascorhizoctonia, Ceratorhiza gen. nov., Epulorhiza gen. nov., Moniliopsis, and Rhizoctonia. Mycotaxon 29: 91-99.

Nogueira RE, Pereira OL, Kasuya MCM, Lanna MCS, Mendonça MP (2005) Fungos micorrízicos associados a orquídeas em campos rupestres na região do Quadrilátero Ferrífero, MG, Brasil. Acta Botanica Brasilica 19: 417-424.

Otero JT, Ackerman JD, Bayman P (2002) Diversity and host specificity of endophytic Rhizoctonia-like fungi from tropical orchids. American Journal of Botany 89: 1852-1858.

Pabst GFJ, Dungs F (1975) Orchidaceae Brasilienses I. Hildesheim: Kurt Schmersow.

Pabst GFJ, Dungs F (1977) Orchidaceae Brasilienses II. Hildesheim: Kurt Schmersow.

Park S, Murthy HN, Paek K (2002) Rapid propagation of Phalaenopsis from floral stalk-derived leaves. In Vitro Cellular and Developmental Biolog y - Plant 36: 168-172.

Pereira MC, Pereira OL, Costa MD, Rocha RB, Kasuya MCM (2009) Diversidade de fungos micorrízicos Epulorhiza spp. isolados de Epidendrum secundum (Orchidaceae). Revista Brasileira de Ciências do Solo 33: 1187-1197.

Pereira OL, Kasuya MCM, Borges AC, de Araujo EF (2005a) Morphological and molecular characterization of mycorrhizal fungi isolated from neotropical orchids in Brazil. Canadian Journal of Botany 83: 54-65

Pereira OL, Kasuya MCM, Rollemberg CL, CHAER GM (2005b) Isolamento e identificação de fungos micorrízicos associados a três espécies de orquídeas epífitas neotropicais no Brasil. Revista Brasileira de Ciências do Solo 29: 191-197.

Pereira OL, Rollemberg CL, Borges AC, Matsuokae K, Kasuya MCM (2003) Epulorhiza epiphytica sp. nov. isolatated from mycorrhizal roots of epiphytic orchids in Brazil. Mycoscience 44: 153-155

Pereira UZ, Ribeiro LF (2004) Caracterização de comunidades de Orchidaceae em fragmentos de Floresta Ombrófila Densa Montana, em diferentes estágios de regeneração em Santa Teresa, Espírito Santo, Brasil. Natureza on line 2(2): 52-60.

Peterson RL, Massicote HB, Melville LH (2004) Mycorrhizas: anatomy and cell biology. Ottawa: NRC Research Press.

Rasmussen HN, Rasmussen FN (2007) Trophic relationships in orchid mycorrhiza– diversity and implications for conservation. Lankesteriana 7: 334-341.

Rasmussen HN (2002) Recent developments in the study of orchid mycorrhiza. Plant and Soil 244: 149-163.

Raven PH, Evert RF, Eichhorn SE (2007) Biologia vegetal. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.

Shefferson RP, Taylor DL, Wei M, Garnica S, McCormicK MK, Adams S, Gray HM, McFarland JW, Kull T, Talli K, Yukawa T, Kawahara T, Miyoshi K, Lee Y (2007) The evolutionary history of mycorrhizal specificity among lady’s slipper orchids. Evolution 61: 1380-1390.

Shefferson RP, Wei M, Kull T, Taylor DL (2005) High specificity generally characterizes mycorrhizal association in rare lady’s slipper orchids, genus Cypripedium. Molecular Ecolog y 14: 613-626.

Smith SE, Read DJ (1997) Mycorrhizal symbiosis. Cambridge: Academic Press. Sylvia DM, Fuhrmann JJ, Hartel PG, Zuberer DA (1999) Principles and applications of the soil microbiolog y. New Jersey: Prentice Hall.

Taylor DL, Bruns TD (1999) Population, habitat and genetic correlates of mycorrhizal specialization in the ‘cheating’ orchids Corallorhiza maculate and C. mertensiana. Molecular Ecolog y 8: 1719-1732.

Trappe JM (1987) Phylogenetic and Ecologic aspects of in the Angiosperms from na evolutionary standpoint. In: Safir GR (org) Ecophysiolog y of mycorrhizal plants. Boca Raton, pp 5-25.

Trudell SA, Rygiewicz PT, Edmonds RL (2003) Nitrogen and carbon stable isotope abundances support the myco-heterotrophic nature and host-specificity of certain achlorophyllous plants. New Phytologist 160: 391-401.

Valadares RBS, Pereira MC, Kasuya MCM, Cardoso EJBN (2008) Isolamento e identificação de fungos micorrízicos de Gomeza sp. (Orchidaceae) em uma floresta de araucária do estado de São Paulo. Fertbio [online] http://www.biota.org.br/publi/banco/docs/18220_1219064892.pdf

Van Den Berg C, Azevedo CO (2005) Orquídeas. In: Juncá F, Funch LS, Rocha W (org) Biodiversidade e Conservação da Chapada Diamantina. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, pp 195-208.

Yoder JA, Zettler LW, Stewart SL (2000) Water requirements of terrestrial and epiphytic orchid seeds and seedlings, and evidence for water uptake by means of mycotrophy. Plant Science 156: 145-150.

Zelmer CD, Cuthbertson L, Currah RS (1996) Fungi associated with terrestrial orchid mycorrhizas, seeds and protocorms. Mycoscience 37: 439-448.

Zettler LW, Hofer CJ (1998) Propagation of the little club-spur orchid (Platanthera clavellata) by symbiotic seed germination and its ecological implications. Environmental and Experimental Botany 39: 189-195.

Zettler LW, Piskin KA, Stewart SL, Hartsock JJ, Bowles ML, Bell TJ (2005) Protocorm mycobionts of the federally threatened eastern prairie fringed orchid, Plantathera leucophaea (Nutt.) Lindley and a technique to prompt leaf elongation in seedlings. Studies in Mycolog y 53: 163-171.

Zhu GS, Yu ZN, Gui Y, Liu ZY (2008) A novel technique for isolating orchid mycorrhizal fungi. Fungal Diversity 33: 123-137.

Publicado:

2010-08-04

Downloads

Como Citar

Boldrini, R. F., Santos, W. O., Cruz, Z. M., & Ramos, A. C. (2010). Bases da associação micorrízica orquidóide. Natureza Online, 8(3), 140–145. Recuperado de https://naturezaonline.com.br/revista/article/view/390

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 > >>