Florística, diversidade e estrutura horizontal e vertical de uma área de vegetação arbustiva aberta numa planície arenosa costeira do Espírito Santo, sudeste do Brasil
Resumo
As formações arbustivas abertas nas restingas brasileiras apresentam, geralmente, aspecto de mosaico, devido à distribuição da vegetação em moitas, produzindo descontinuidades na paisagem quanto à cobertura, fisionomia e/ou composição florística. No Espírito Santo, as formações vegetais abertas têm sido analisadas segundo diversas metodologias, incluindo o intercepto de linha, o método de pontos e de parcelas. O método de parcelas tem sido mais freqüentemente utilizado na descrição das florestas, ou mesmo nas formações herbáceas entre as moitas. O presente estudo teve como objetivo levantar evidências florísticas e estruturais a partir da formação arbustiva aberta da APA de Setiba, região adjacente ao Parque Estadual Paulo César Vinha - PEPCV, que suportem a ampliação dos limites do parque. A comunidade de restinga analisada nesse estudo é caracterizada pela fisionomia arbustiva aberta inundável e não inundável. Foram amostrados 4224 indivíduos distribuídos em 65 espécies subordinadas a 56 gêneros e 33 famílias. As famílias com maiores valores de VI foram Cactaceae (25,96%), Bromeliaceae (18,78%) e Burseraceae (8,03%), compreendendo 52% do VI total. Pilosocereus arrabidae apresentou maiores valores para quase todos os parâmetros estruturais calculados, sendo exceção apenas DoR que foi liderada por Protium icicariba. Os índices de diversidade e a equitabilidade estrutural apresentaram valores semelhantes ao encontrados para formações florestais, ficando acima dos valores encontrado para formação arbustiva. A distribuição dos indivíduos em classes de altura evidenciou uma estratificação definida pelos componentes arbustivo e herbáceo. Os elevados índices de diversidade e equitabilidade (3,298 nats/ind; 0,79), a presença de espécies ameaçadas de extinção e a proximidade pressão urbana justificam a inclusão da área nos limites do PEPCV.
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