Fenodinâmica reprodutiva de Pseudopiptadenia (Leguminosae – Mimosoideae) em uma área de Mata Atlântica Montana

Autores

  • Jakeline P. A. Pires Instituto de Pesquisas do Jardim Botânico do Rio de Janeiro
  • Leandro Freitas Instituto de Pesquisas do Jardim Botânico do Rio de Janeiro

Resumo

Estudos com espécies de um mesmo grupo taxonômico e que compartilham sistemas de polinização e dispersão são promissores para esclarecer questões acerca dos determinantes das respostas fenológicas, tais como fatores climáticos e restrições filogenéticas. As fenofases botão floral, flores (antese), fruto verde e fruto maduro foram registradas mensalmente de junho de 2004 a junho de 2006, em respectivamente 10 e 11 indivíduos de Pseudopiptadenia contorta e P. leptostachya, em uma área de floresta ombrófila densa montana no Parque Nacional do Itatiaia, sudeste do Brasil. As espécies diferiram quanto à época de floração e tempo para o desenvolvimento dos frutos, de modo que a maior atividade e intensidade de frutos maduros foram observadas na estação seca para ambas as espécies. A coincidência na fenologia de frutos maduros parece refletir ajuste à melhor época para dispersão dos frutos anemocóricos. As fenofases foram relacionadas a eventos climáticos dos meses anteriores à observação do evento, mas os valores de correlações foram baixos, o que sugere que os fatores climáticos devem estar atuando de forma sinérgica na determinação da ocorrência e intensidade das fenofases nestas duas espécies arbóreas de Mata Atlântica.

Palavras-chave:

Clima, Fenologia, Floração, Frutificação, Restrições filogenéticas

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Augspurger C (1982) A cue for synchronous flowering. In: E. G., Leigh, A.S. Rand, D.M., Windsor (Eds.) The ecology of a tropical forest: seasonal rhythms and long-term changes. Smithsonian Institution Press, Washington, pp. 133-150.

Augspurger C (1983) Phenology, flowering synchrony, and fruit set of six neotropical shrubs. Biotropica 15: 257-267.

Bencke CSC. & Morellato LPC (2002). Comparação de dois métodos de avaliação da fenologia de plantas, sua interpretação e representação. Revista Brasileira de Botânica 25:269-275.

Borchert R (1983). Phenology and control of flowering in tropical trees. Biotropica 15: 81-89.

Borchert R (1992). Computer simulation of tree growth periodicity and climactic hydroperiodicity in tropical forests. Biotropica 24: 385-395.

Borchert R, Renner SS, Calle Z, Navarrete, Tye DA, Gautier L, Spichiger R & von Hildebrand P (2005). Photoperiodic induction of synchronous flowering near the Equator. Nature 433: 627-634.

Bullock SH & Solis-Magallanes JA (1990). Phenology of canopy trees of a tropical deciduous forest in Mexico. Biotropica 22:22-35.

Burger WC (1974) Flowering periodity at four altitudinal levels in eastern Etiopia. Biotropica 6: 38-42.

Corlett R T (1990) Flora and reproductive phenology of the rain forest at Butik Timah, Singapore. Journal of Tropical Ecology 6: 209-233.

Croat T B (1969) Seasonal flowering behavior in Central Panama. Annals of the Missouri Botanical Garden 56: 295-307.

Daubenmire R (1972) Phenology and other characteristics of tropical semideciduous forest in north-western Costa Rica. Journal of Ecology 60: 147-170.

Ferraz D K, Artes R, Mantovani W & Magalhães L M (1999). Fenologia de árvores em fragmento de mata em São Paulo, SP. Revista Brasileira de Biologia. 59: 305-317.

Flowerdew J R & Gardner G (1978) Small rodent population and food supply in a Deryshire ashwood. Journal of Animal Ecology 47: 725-740.

Fournier LA (1974) Un método cuantitativo para la medición de características fenolólogicas en árboles. Turrialba 24 : 422-423.

Frankie GN, Baker HG, Opler PA (1974). Comparative phonological studies of trees in tropical wet and dry forest in the lowlands of Costa Rica. Journal of Ecology 62: 881-913.

Gentry AH (1974) Flowering phenology and diversity in tropical Bignoniaceae. Biotropica 6: 64-68.

Gomez PF & Fournier LA (1996) Fenología y ecofisiología de dos populaciones de Tabebuia rosea (Roble de Sabana) en Costa Rica (Bignoniaceae). Revista de Biología Tropical 44 (1) : 61-70.

Guedes-Bruni RR (1998) Composição, estrutura e similaridade florística de dossel em seis unidades fisionômicas de Mata Atlantica no Rio de Janeiro. Tese de doutorado (Ecologia). USP, São Paulo, Brasil.

Janzen DH (1967) Syncronization of sexual reproduction of trees within the dry season in Central America. Evolution 21: 621-637.

Kchormer J & Handel SN (1986) Constraints and Ccmpetition in the evolution of flowering phenology. Ecological Monographs. 56(4): 303-325.

Koptur S, Haber WA, Frankie GW & Baker HG (1988) Phenological studies of shurbs and treelet species in tropical cloud forest of Costa Rica. Journal of Tropical Ecology 4: 347-359.

Lewis GP & Lima MP (1989) Pseudopiptadenia Rauschert no Brasil. Arquivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro 30: 43-67.

Lieth H (1974). Purpose of a phenology book. In H. Lieth (Eds.). Phenology and seasonality modeling, pp. 3-19. Springer, Berlin.

Lima H (2000) Leguminosas arbóreas da Mata Atlântica. Uma análise de riqueza, padrões de distribuição geográfica e similaridades floristicas em remanescentes florestais do estado do Rio de Janeiro. Tese de doutorado. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil.

Morellato PLC & Leitão-Filho HF (1992) Padrões de frutificação e dispersão na Serra do Japi. In: P.L.C., Morellato (Ed.). História Natural da Serra do Japi: ecologia e preservação de uma área florestal no Sudeste do Brasil. Editora da Unicamp/ Fapesp, Campinas, pp.112-140.

Morellato PLC (1992) Sazonalidade e dinâmica de ecossistemas florestais na Serra do Japi.. In: P.L.C., Morellato (Ed.). História Natural da Serra do Japi: ecologia e preservação de uma área florestal no Sudeste do Brasil, pp.112-140. Editora da Unicamp/Fapesp, Campinas, Brasil.

Morellato PLC, Rodrigues RR, Leitão-Filho HF & Joly CA (1989) Estudo comparativo da fenologia de espécies arbóreas de floresta de altitude e floresta mesófila semidecidua na Serra do Japi, Jundiaí, São Paulo. Revista Brasileira de Botânica 12: 85-98.

Morellato PLC, Talora DC, Takahasi A, Bencke CC, Romera EC & Zipparro VB (2000) Phenology of Atlantic Forest trees: a comparative study. Biotropica 32: 811-823.

Morim MP (2006) Leguminosae arbustivas e arbóreas da floresta atlântica do Parque Nacional do Itatiaia, sudeste do Brasil: padrão de distribuicão. Rodriguésia 57, 27–45.

Newstrom LE, Frankie GW & Baker HG (1994) A new classificacion for plant phonology based on flowering patterns in lowland tropical rain forest trees at La Selva, Costa Rica. Biotropica 2: 49-151.

Newstrom LE, Frankie GW, Baker HG; Colwell RK. (1993). Diversity of long-term flowering patterns. In Mc Dade LA et al. (Eds). La Selva: ecology and natural history of a lowland tropical rainforest. University of Chicago press, Chicago, pp. 142-160.

Opler PA, Frankie GN & Baker HG (1976) Rainfall as a factor in the release, timing and synchronization of anthesis by tropical trees and shurbs. Journal of Biogeography 3: 231-236.

Pedroni F, Sanchez M & Santos FAM (2002) Fenologia da copaiba (Copaifera langsdorffi Desf. – Leguminosae, Caesalpinioideae) em uma floresta semidecídua no sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Botânica. 25: 183-194.

Pires JPA (2006). Biologia reprodutiva de Pseudopiptadenia contorta e P. leptostachya (Leguminosae: Mimosoideae) no Parque Nacional do Itatiaia, Rio de Janeiro. Dissertação de Mestrado. Escola Nacional de Botânica Tropical – JBRJ, Rio de Janeiro, Brasil.

Pires-O’Brien MJ (1993) Phenogy of tropical trees from Jarí, Lower Amazon, Phenology of eigth forest communities. Boletim Museu Paraense Emilio Goeldi, Série Botânica 9: 67-92.

Polhill RM, Raven PH & Stirton CH (1981). Evolution and systematics of the Leguminosase. In Polhill RM & Raven PH (Eds). Advances in legumes systematics . Royal Botanic Gardens, Kew, pp 1-26.

Ramirez N. 2002. Reproductive phenology, life forms and habitats of the Venezuelan Central Plain. American Journal of Botany 89: 836-842.

Rathcke BJ & Lacey EP (1985) Phenological patterns of terrestrial plants. Annual Review of Ecology and Systematics 16: 179-214.

Reich PB (1995) Phenology of tropical forest: patterns, causes, and consequences. Canadian Journal of Botany 73:164-174. Sanmartin-Gajardo I & Morellato PLC (2003) Fenologia de Rubiaceae do sub- bosque em floresta atlântica no sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Botânica 26: 299- 309.

Santos DL & Takaki M (2005) Fenologia de Cedrella fissilis Vell. (Meliaceae) na região rural de Itirapina, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica 19(3) : 625-632.

Segadas-Vianna F (1965) Ecology of Itatiaia range, southeastern Brazil. I. Altidudinal zonation of the vegetation. Arquivos do Museu Nacional, Rio de Janeiro 53: 7-30.

Talora DC, Morellato PLC (2000) Fenologia de espécies arbóreas em florestas de planicie litorânea do sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Botânica 23: 13-26.

van Schaik, CP, Terborgh JW & Wright JS (1993) The phonological of tropical forest: adaptive significance and consequences for primary consumers. Annual Review of Ecology and Systematics 24: 353-377.

Veloso H P, Rangel Filho A L R & Lima JCA (1991) Classificação da vegetação brasileira, adaptada a um sistema universal. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Rio de Janeiro.

Zar, J H (1984) Biostatistical analysis. Englewood Ciff: Prentice-Hall.

Publicado:

2007-01-01

Downloads

Como Citar

Pires, J. P. A., & Freitas, L. (2007). Fenodinâmica reprodutiva de Pseudopiptadenia (Leguminosae – Mimosoideae) em uma área de Mata Atlântica Montana. Natureza Online, 5(1), 48–54. Recuperado de https://naturezaonline.com.br/revista/article/view/278