Consequências de represas na regeneração de plantas arbóreas em matas secas
Resumo
Mudanças locais causadas por represas podem ter drásticas consequências para os ecosistemas, porém raros são os estudos que avaliam suas consequências para a regeneração de espécies arbóreas. Assim, avaliamos as consequências de uma represa na regeneração de duas florestas estacionais secas, uma floresta decídua e outra semidecídua, localizadas no sudeste do Brasil. Estas florestas se situam em uma região de clima estacional que possui um inverno seco, e muitas espécies possuem adaptações a este ambiente seco, como a deciduidade foliar e a sementes dispersas pelo vento, no entanto, a proximidade com a linha de agua pode suavizar os impctos da estacção seca e espécies com outras características podem colonizar o local, em detrimento das espécie típicas deste tipo florestal. Logo, nossa hipotese central é de que três anos de represamento são suficientes para aumentar a riqueza local e o estabelecimento de espécies sempre-verdes e zoocóricas, uma vez que a disponibilidade hídrica passou a não ser mais uma restrição. Plotamos, 40 parcelas de 5 x 5 m nas margens da repersa e todas as plantas com circunferencia menores que 15 cm foram catalogadas antes da construção da represa e três anos após o represamento, e tiveram sua deciduidade e sindrome de dispersão bibliografadas. Houve um aumento no número de plantas e espécies em ambas as florestas, sobretudo debido ao estabelecimento de espécies zooóricas e sempre-verdes. A presença de agua constante provavelmente atenua os efeitos da estação seca e permite que novos individuos, sem fortes adaptações a estação seca, possam se establecer nas comunidades.
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